Este é um Blog educacional, dedicado a discussões acadêmicas sobre a Ecologia Evolutiva. Contém chamadas específicas relacionadas às disciplinas de Ecologia da Universidade Federal de Ouro Preto, e textos didáticos gerais.
Quarta-feira, 16 de Setembro de 2009
30 anos da Biologia profissão, primeiro ano do DEBIO

Há uma história para a criação de uma unidade do conhecimento chamada Biologia. Esta história é a variação de uma descoberta definitava: o processo de origem de novas espécies pela seleção natural. O imediato pós-Darwin/Wallace urgiu por re-definir o próprio estudar. Não mais só botânica e zoologia, mas um estudo da vida explodia pela unificação de um processo só. Huxley com a Biologia, Haeckel com a Ecologia e a Filogenia, seriam seguidos pela Genética, no já quase pós-Mendel. Esta história é a base filosófica da criação do Departamento de Biodiversidade, Evolução e Meio Ambiente da UFOP. Para nós, um bom presente para a profissão de Biólogo.

 

 

A HISTÓRIA DA BIOLOGIA MODERNA – UMA CIÊNCIA, UM CURSO.
O nascimento da Ecologia acontece em meados do século XIX, mergulhado nos debates sobre a Teoria da Seleção Natural de Darwin. Portanto, a Ecologia e a Biologia Moderna surgem juntas, geminadas no pensamento sobre a influência do ambiente na origem e evolução das espécies. Assim, as mudanças no pensamento ecológico desde sua origem conceitual em 1859, também vêm acompanhadas das mudanças necessárias no currículo de Biologia. David Slingsby (2006), do Comitê de Carreiras e Educação da Sociedade Ecológica Britânica, aponta com propriedade que a maioria dos currículos ocidentais em Biologia segue um curso básico proposto por T.H. Huxley (o conhecido “bulldog” de Darwin), em 1875. A despeito do conveniente e necessário empenho de Huxley para incorporar ao entendimento de biologia a luz da evolução, e assim recriar o perfil do Naturalista profissional, e depois do Biólogo, hoje faz-se necessário a revisão de aspectos contemporâneos do conhecimento científico-ecológico.
Por exemplo, a modernização do pensamento sobre os ciclos de Carbono não podem ser ignorados, assim como não podem ser apresentados desconexos de eventos de aquecimento global, ou com uma interface mais explícita com a geologia. Similarmente, a teoria de cadeia alimentar progrediu, e os princípios básicos dos modelos de história de vida, pautados originariamente no “continuum” r-K, mudaram dramaticamente. O entendimento de conservação de espécies ameaçadas dificilmente seria construído na atualidade sem uma ferramenta molecular.
Desta maneira, os currículos necessitam também se ajustar. Cabe neste contexto, enfatizar a importância crescente das disciplinas orgânicas e reducionistas, seja Genética, Biologia Molecular, Bioquímica, Fisiologia e Morfologia Comparada, como fundamentação do entendimento de Zoologia, Botânica e Evolução. Entretanto, em várias partes do mundo, inclusive no Brasil, várias destas disciplinas avançam exclusivamente em torno de pesquisas médicas, deixando desamparadas áreas comparativas e básicas.
Os princípios fundamentais da formação do Biólogo moderno passam pela síntese do conhecimento contemporâneo de Biologia nas mais diversas áreas, e no conhecimento interdisciplinar com outras áreas de interface ambiental. Aqui cabe a recente declaração do ex-Diretor de Pesquisa para o Ambiente da Universidade de Sheffield, UK, sobre o sucesso daquela Universidade no ensino de Ecologia. Dr. Malcon Press, atualmente Presidente da Sociedade Britânica de Ecologia, atribuiu o sucesso de Sheffield à interface feita por um pequeno grupo de ecólogos (12 professores!) com Evolucionistas, geólogos, e Engenheiros ambientais; além do constante investimento em conexões internacionais, inter-Institucionais, e do engajamento de jovens pesquisadores e professores no processo de construção acadêmica da área de Ecologia e Biologia.
O grupo de Ecologia de Sheffield forma um dos cinco melhores programas em Ecologia da Europa, a despeito de seu pequeno tamanho. Na UFOP, uma porta similar de sucesso se abriu com o Mestrado em Ecologia de Biomas Tropicais, onde o pequeno tamanho da Ecologia (infelizmente, menor que o ideal) construiu com a Botânica, a Zoologia, a Genética, a Microbiologia, a Geologia, a Física e a Ciências da Computação, um grupo respeitável de estudos interdisciplinares em torno de temas de pesquisa biológicos e ecológicos, com uma ênfase evolutiva.
Uma Biologia forte é a única maneira de progredir em qualquer das sub-áreas do conhecimento ligados a esta ciência. E uma Biologia forte, é Evolução!

 



publicado por Sérvio Pontes Ribeiro às 02:17
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