Este é um Blog educacional, dedicado a discussões acadêmicas sobre a Ecologia Evolutiva. Contém chamadas específicas relacionadas às disciplinas de Ecologia da Universidade Federal de Ouro Preto, e textos didáticos gerais.
Terça-feira, 23 de Novembro de 2010
Seminários turma 2010 Bacharelado - Crença racional em Deus

Título do seminário: Será a crença em Deus racionalmente aceitável?

Tema: Filosofia da religião /// Disciplina: Evolução- BEV170 Data: 06/11/10

Prof°  Sérvio Pontes Ribeiro /// Aluno: Rafael Alberto S. d’Aversa

Resumo

 Um dos principais debates entre a ciência e a religião é o debate entre a biologia e o criacionismo bíblico. Ambas concorrem no intuito de explicar, entre outras coisas, o surgimento e a diversidade da vida existente na Terra. Vejamos brevemente os contornos gerais desta disputa.

Uma teoria importante que pertence ao campo da biologia, e que é crucial nesta contenda, é a teoria da evolução. Em linhas gerais, a idéia central desta teoria é que os organismos sofrem pequenas transformações genéticas aleatórias que, às vezes, lhes confere vantagem competitiva sobre os outros organismos, o que permite aos que sofreram tais transformações deixar mais descendentes e, assim, passar suas características vantajosas adiante. Assim, ao longo de grandes períodos de tempo, surgem lentamente diversas populações de organismos desenvolvidos e adequadamente adaptados.

            O criacionismo bíblico sustenta que toda a diversidade de vida na Terra foi criada por Deus exatamente da mesma forma em que as conhecemos hoje.  Desse modo, para um criacionista, é absurdo dizer que os homens e os chimpanzés evoluíram a partir de um ancestral comum. Pelo contrário: ambos foram criados da forma como são, sendo que os primeiros ainda tiveram o privilégio de ser criados à sua “imagem e semelhança”.

            Como pode ser notado, tais teorias são incompatíveis. Assim sendo, não podem ser verdadeiras ao mesmo tempo e, portanto, deve-se optar por uma delas. Qual será a mais plausível? Embora ambas tenham poder explicativo, quando comparamos as evidências de que cada uma dispõe, temos que a teoria da evolução possui uma grande vantagem em relação ao criacionismo. Podemos citar algumas: registros fósseis, homologias (semelhanças entre espécies), observação direta de evolução em pequena escala em laboratório, etc. Por outro lado, as “evidências” normalmente apresentadas pelos criacionistas não parecem ser persuasivas (pelo menos de um ponto de vista racional). Apelar à autoridade da Bíblia, por exemplo, não é uma boa justificativa porque só serve para convencer aqueles que já a aceitam. E uma evidência capaz de persuadir somente aqueles que aceitam o que ela pressupõe não é uma boa evidência. Tal como um pastor que só consegue pregar aos fiéis já convertidos - não sendo capaz de converter fiéis novos - não é um bom pastor.

Um aspecto importante a destacar nesta discussão, e que faz com que o criacionista que adota esse tipo de justificativa fique à partida em desvantagem, é que na Bíblia não existem argumentos a favor da existência de Deus. Tudo é descrito e explicado pressupondo já a sua existência. Ora, é perfeitamente natural – para seres racionais – rejeitar explicações que não são sustentadas por boas razões e que possuem uma infinidade de pressupostos injustificados. De modo que, um criacionista que queira defender a tese de que Deus criou tanto o mundo, bem como a variedade de vida que há nele, deve primeiramente oferecer razões – que não dependam da aceitação prévia de livros sagrados, fé, etc. – para acreditarmos que Deus existe.  Desse modo, coloca-se a pergunta: Será racional a crença em Deus? Será que há boas razões para supor que ele existe ou tal aceitação é meramente uma “questão de fé”?

            O objetivo deste seminário é sustentar a possibilidade de uma defesa racional da existência de Deus. Em primeiro lugar, apresentaremos algumas razões comuns a favor de sua existência, expondo seus problemas e pontos fracos. Em segundo lugar, exporemos dois dos principais argumentos mais discutidos na história da filosofia da religião ressaltando que, mesmo que não forem conclusivos, mostram-nos que a crença em Deus – quando embasada em argumentos – é uma alternativa racional.

Bibliografia

  • AQUINO, Tomás de (1273). Suma Teológica. Trad. Alexandre Correia, org. Rovílio Costa. Caxias do Sul: Livraria Sulina Editora, 1980
  • GRIM, Patrick (2007) "Argumentos da impossibilidade" in Martin (2007).
  • MARTIN, Michael (org.) (2007) Assistente Cambridge de Ateísmo. Trad. Desidério Murcho. Lisboa: Edições 70, em preparação.
  • ROWE, William L. Introdução à Filosofia da Religião, Trad. Vítor Guerreiro. Revisão científica de Desidério Murcho. Vila Nova de Famalicão: Quasi, no prelo.


publicado por Sérvio Pontes Ribeiro às 21:12
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Seminários turma 2010 Bacharelado - Vida primordial

Universidade Federal de Ouro Preto
Instituto de Ciências Exatas e Biológicas
Departamento de Biodiversidade, Evolução e Meio Ambiente

 

 

Origem da vida primordial

 

 

 

 

Bárbara Quirino

Jéssica Pedroni

Soraya Sander

Tamires Rodrigues

 

 

Atmosfera Primitiva

Admite-se que a atmosfera primitiva teria sido próxima da mistura gasosa emitida pelos vulcões atuais, mas com menor oxigenação e maior grau de hidrogenação. Contrariamente à atmosfera atual, que tem características oxidantes, a atmosfera primitiva teria um caráter redutor ou neutro. Além de ser extremamente improvável a geração espontânea de complexas moléculas orgânicas, também se torna necessário que estas moléculas, depois de formadas, sejam preservadas até que todos os outros elementos químicos necessários se reunam para que seja formado o primeiro organismo vivo. Porém um dos maiores impedimentos para que isto tenha ocorrido seria a presença de oxigênio na atmosfera, pois assim como um pedaço de ferro se oxida, as moléculas orgânicas complexas, necessárias para a origem química da vida, seriam quebradas pelo oxigênio, tornando-as moléculas menores. Portanto, para que a teoria evolucionista seja válida, é necessário supor que a atmosfera primitiva não possuia oxigênio.

Entre os 4 e os 4,5 milhares de milhões de anos, os primeiros vulcões teriam atravessado a crosta terrestre e libertado gases que forneceram a atmosfera primitiva. O magma, além da sua fração líquida mais ou menos viscosa, possui uma fração gasosa muito importante, a qual é mesmo um dos principais motores das erupções. Em virtude de microfissuras nas rochas, os gases vulcânicos tendem a ascender até à superfície da Terra. Sendo assim, de acordo com a hipótese da desgaseificação, os gases constituintes da atmosfera primitiva tiveram origem no interior da Terra, atingindo a superfície através dos vulcões devido ao elevado número de erupções (desgaseificação vulcânica). Após um período transitório, o planeta sofreu um grande aquecimento, que conduziu a profundas alterações na sua atmosfera. Por este motivo, e por a Terra não possuir gravidade suficiente, os gases voláteis como o hidrogênio, o hélio e outros gases raros escaparam para o espaço. Segundo esta hipótese, a atmosfera primitiva seria constituída por azoto (N2), vapor de água (H2O), dióxido de carbono (CO2), amoníaco (NH3), metano (CH4) e hidrogênio (H2), libertados durante as intensas erupções vulcânicas que caracterizaram este período. O vapor de água libertado durante os fenômenos vulcânicos ter-se-ia condensado por arrefecimento, originando abundantes chuvas (chuvas diluvianas) que, caindo sobre o planeta já arrefecido, se acumularam constituindo os oceanos primitivos.

A principal diferença entre esta atmosfera primitiva e a atual reside no fato de a primeira não possuir oxigênio (O2).

A hipótese de dissociação química tentou explicar quimicamente os fenômenos que teriam transformado a atmosfera primitiva na atmosfera atual:

 

-

admite-se que o metano (CH4) pudesse ter sido substituído pelo dióxido de carbono.

 

-

o amoníaco (NH3) ter-se-ia fotodissociado, originando azoto e hidrogênio.

 

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a água (H2O), teria igualmente sofrido fotodissociação, com libertação de oxigênio e hidrogênio.

Segundo dados mais recentes, verificou-se que a atmosfera primitiva deveria conter CO2 e N2 em elevadas quantidades e vestígios de CH4, NH3, SO2 e HCl. Com o decorrer dos tempos, a atmosfera teria evoluído para a composição que apresenta na atualidade.

Aparecimento do oxigênio (O2)

A capacidade de alguns seres vivos realizarem a fotossíntese oxidativa, ao retirarem o oxigênio do dióxido de carbono e de outros elementos, deverá ter permitido o seu aparecimento na atmosfera. Pensa-se que terá sido um grupo específico de bactérias, as cianobactérias, os primeiros organismos a realizar este importante processo biológico.

O oxigênio molecular resultante da fotossíntese começou a dissipar-se para a atmosfera no momento em que os oceanos perderam a capacidade de o fixar na totalidade. De uma atmosfera anaeróbia (sem oxigênio) passou-se para uma aeróbia (com oxigênio). Quando atingiu uma concentração suficientemente elevada de oxigênio livre, formou-se a camada de ozônio (O3), essencial para a vida na Terra.

A massa do planeta foi também um fato relevante no aparecimento da atmosfera, pois proporcionou-lhe gravidade suficiente para se conseguir conservar.

A camada do ozônio foi de grande importância para a evolução da biosfera, pois, tem a particularidade de filtrar e, deste modo, proteger a superfície terrestre das radiações ultravioleta. Após o seu aparecimento, os organismos subaquáticos puderam sair da água e povoar as terras emersas, adaptando-se a novos ambientes.

A camada de ozônio e a elevada concentração de dióxido de carbono provocaram também um aumento de temperatura do planeta, fundamental para a existência de vida.

 

 

Criacionismo

 

A teoria do criacionismo tem bases no que está descrito na Bíblia no livro de Gênesis e tem Deus como criador de tudo e todos. Esta teoria não é aceita dentro da visão científica, pois não há provas cientificas de que Deus existe, ou seja, o criacionismo recusa a Evolução e mantém a fé na criação divina.

 

Panspermia

A panspermia é uma teoria que surgiu pela primeira vez na Civilização Grega, 5 séculos antes de Cristo. Derivando das palavras "semente" e "tudo", defende que a vida existe por todo o universo, e a Terra é apenas um dos muitos corpos em que a semente da vida foi colocada.

Teoria da conspiração ou não, a teoria da panspermia foi reavivada no século XIX por vários cientistas modernos que defenderam que este fenômeno seria a causa do nascimento de algumas novas doenças, das crises epidêmicas e da constituição genética necessária para a macroevolução (a evolução de Darwin seria assim explicada pelo fato de todos os organismos que conhecemos hoje serem extra-terrestres e,  por isso,  estarem habituados a adaptarem-se a novos ambientes) .

A vida poderia, então, chegar à Terra através de sistemas solares diferentes ou planetas do mesmo sistema solar e por radiação. A forma mais estudada de panspermia é por meio de um meteorito: quando as condições terrestres se tornaram favoráveis ao desenvolvimento de vida, um meteorito teria atravessado a atmosfera, trazendo para a Terra os primeiros organismos com vida - células - que se teriam desenvolvido durante milhões de anos para as formas de vida que conhecemos hoje.

 Estudos recentes vêem sendo realizados a respeito da  possível origem da vida através de meteoritos que vieram para a Terra.A NASA anunciou a presença de fósseis de bactérias e índicos de compostos formados por atividade biológica em um meteorito descoberto na Antártica, o meteorito ALH84001. O meteorito ALH84001, de 1939 gramas, é um dos 12 meteoritos de origem marciana encontrados no planeta Terra. Foi encontrado em 27/12/84 e foi o primeiro de sua espécie a ser encontrado na região. Os cientistas também detectaram moléculas orgânicas no meteorito. Outro achado que causou bastante euforia foi a presença de estruturas tubulares e ovalares, com textura e aparência semelhante a microfósseis, além do achdo de cristais de magnetita no interior dos glóbulos de carbonatos. Cristais de magnetita podem ser formados por bactérias anaeróbias, como é o caso da Magnetospirillum magnetotacticum. Essas bactérias possuem no seu interior uma cadeia de cristais de magnetita que as ajuda a orientarem-se pelos campos magnéticos da Terra. Observou-se que o ALH84001 possui uma seqüência de grãos de magnetita muito semelhante aos fósseis deixados por essas bactérias. Tendo em mãos esses resultados, a NASA anunciou que o meteorito ALH84001 contém indícios de vida extraterrestre.

 

Teoria da Abiogênese

 

Esta teoria aborda as visões históricas da origem da vida. Foi elaborada há mais de 2.000 anos, e seu criador foi Aristóteles. Ele afirmava que: a vida surge espontaneamente de uma matéria bruta e não-viva e que era possuidora de um “principio ativo” ou “força vital”. Um dos argumentos usados por ele, por exemplo, era o das larvas e insetos que surgiam próximos de alimentos como carnes e frutas estragadas. 

No ano de 1668, Francesco Redi contrariou a teoria de Aristóteles. Ele realizou pesquisas que provaram que a vida não surgia espontaneamente de matérias não-vivas. 

 

As experiências de Redi

 

Redi, intrigado com a inúmera produção de germes que se verificava cotidianamente em cadáveres e vegetais em decomposição, e convicto da não-existência da Geração Espontânea, pressupôs que esses germes seriam gerados por inseminação (reprodução sexuada), e que o material em decomposição serviria apenas para a deposição dos ovos à época da reprodução e para a nutrição dos germes recém-formados. Deu início, então, a uma série de experiências, com o intuito de comprovar esta hipótese as quais relatamos a seguir.

 

Primeira experiência - Redi, no começo do mês de junho, mandou matar três cobras (enguias de Esculápio) e colocou-as numa caixa aberta para que apodrecessem. Pouco tempo depois, observou que estavam cobertas por germes de forma cônica e sem patas que devoravam a carne apodrecida, aumentando progressivamente em tamanho mas mantendo a mesma forma; além disso, os germes aumentavam em número, dia a dia, diferindo em tamanho já que tinham nascido em dias diferentes. Uma vez consumida toda a carne, restando apenas os ossos, todos os germes, independentemente do tamanho, abandonaram a caixa sem que Redi tivesse tido oportunidade de observar seu esconderijo.

 

Segunda experiência - Redi, curioso em saber o destino dos germes, resolveu fazer uma nova experiência. Mandou matar outras três cobras e procedeu como na experiência anterior: em três dias, as cobras estavam totalmente cobertas por germes que aumentavam progressivamente em número e tamanho, mantendo a forma mas não a cor; os menores tinham coloração rosada, enquanto os maiores tinham coloração esbranquiçada. Quando toda a carne foi consumida, antes que os germes abandonassem a caixa, Redi fechou-a ao notar que eles procuravam ativamente uma saída. Pôde verificar então, pouco depois, que eles se tornaram imóveis como se estivessem dormindo e pareciam diminuir gradualmente de tamanho, tomando pouco a pouco forma semelhante à de um ovo. Um dia depois todos os germes apresentavam a forma oval e coloração branco-dourada, evoluindo uns para a cor vermelha e outros para a cor preta; ambos foram endurecendo, tomando uma consistência igual à das crisálidas formadas pelos bichos-da-seda, lagartos e outros insetos semelhantes, podendo se perceber uma diferença de forma entre os dois.
Os ovos foram então colocados em vidros recobertos por papel, quebrando-se os vermelhos ao fim de oito dias, deles saindo moscas cinzentas; dos pretos, ao fim de 14 dias, saíram grandes moscas pretas com listas brancas e cerdas no abdome, iguais àquelas comumente encontradas nos açougues.

Com os resultados desta experiência, Redi começou realmente a acreditar que os germes eram originados dos ovos depositados pelas moscas e não da putrefação da carne das cobras antes que se tornasse bichada.

 

Terceira experiência - A hipótese resultante da experiência anterior precisava ser testada para ter valor, o que levou Redi e esta nova experiência: colocou diversos tipos de carne em outro frasco grandes, de boca larga, deixando quatro abertos e fechados os restantes, tendo o cuidado de selá-los. Nos primeiros, a carne ficou cheia de germes e foram vistas moscas entrando e saindo à vontade; nos últimos, mesmo após muitos dias, não foram vistos germes a não ser nos papéis que os cobriam, e estes tentavam penetrar nos frascos provavelmente na tentativa de obter alimento da carne que já encontrava em putrefação em todos eles (abertos e fechados)

 

Quarta experiência - A experiência anterior foi quase que conclusiva. Entretanto, Redi ainda não estava satisfeito, uma vez que poderia ser a impossibilidade da penetração e circulação do ar nos frascos fechados que impedisse a Geração Espontânea. Para que não fosse suscitada qualquer dúvida, repetiu a experiência anterior cobrindo os frascos não com papel, mas com uma fina gaze que impedia a penetração das moscas e permitia a entrada e circulação do ar. Os resultados obtidos foram idênticos aos da experiência anterior, isto é, foram vistos germes sobre a cobertura da gaze atraídos pelo cheiro da carne e tentando penetrar ativamente, mas não foi encontrado nenhum germe na carne.

 

Com estas experiências, cujos resultados nos parecem insofismáveis, e que além de bem planejadas foram excepcionalmente conduzidas, Redi conseguiu favorecer a hipótese de que "a vida só pode ser originada a partir de vida preexistente, isto é, por Biogênese", fazendo com que os partidários da Geração Espontânea se curvassem por algum tempo ante os argumentos apresentados.

Teoria da Biogênese

 

1. Pasteur e outros cientistas que tentam comprovar a teoria biogênica

           

Em meados do século XVII, utilizando um microscópio rudimentar, o holandês Antoine Van Leeuwenhoek descobriu seres microscópicos. Esta descoberta foi revelada ao mundo através da descrição de uma infinidade de seres microscópicos, tais como protozoários, algas, fungos e bactérias. Para explicar a origem dos minúsculos seres descobertos por Leeuwenhoek, o mundo científico dividiu-se em duas escolas. Alguns cientistas acreditavam que os microorganismos originavam-se espontaneamente da matéria não viva que lhes serviu de alimento. Com essa hipótese, a teoria da geração espontânea voltava a tomar vulto. Outros cientistas, inclusive Leeuwenhoek acreditavam que as "sementes" ou "germes" dos micróbios estavam no ar e que, caindo em ambientes propícios cresciam e se reproduziam.

 

Em 1711, o cientista francês Joblot publicou suas experiências que sugerem uma procedência externas dos micróbios que proliferam nas infusões. Joblot verificou que uma grande quantidade de micróbios aparece numa infusão de feno em água fria. Entretanto se estas mesmas infusões forem fervidas por 15 minutos e depositadas em recipientes fechados, elas permanecem livres de micróbios por vários dias. Basta, entretanto, abrir estes tubos ao ar para que micróbios proliferem rapidamente em seu interior.

 

Com os resultados de Joblot, o problema da origem dos microorganismos parecia estar resolvido: estes seres originam-se de "sementes" existentes no ar. Entretanto, em 1749 o cientista John Nedhan relata que microorganismos surgem de muitos tipos de infusões, independentemente do tratamento que recebam: fechadas ou não fechadas, fervidas ou não fervidas. Esses resultados deram novo apoio à teoria da geração espontânea.

 

Alguns anos após as publicações de Nedhan, o pesquisador Lázzaro Spallanzani demonstrou, em uma série de experiências, que o aquecimento de infusões hermeticamente fechadas impede o aparecimento de micróbios, apesar de ser variável a duração do aquecimento necessário para tornar estéreis diferentes tipos de infusões.

 

Baseado em seus experimentos, Spallanzani criticou Nedhan violentamente. Ele sugeriu que o aquecimento e a vedação, a que Nedhan submeteu suas infusões, não tinham sido suficientes para esterilizar o meio nutritivo, isto é, matar todas as "sementes" ou "germes" presentes na infusão e evitar a entrada de outros. Spallanzani acreditava que os "germes" ou "sementes" de micróbios são levados às infusões pelo ar, sendo esta a explicação para a suposta geração espontânea de micróbios em infusões muito bem aquecidas. Para Spallanzani, não havia tampo mecânico, se não a vedação hermética, capaz de impedir a passagem das "sementes" de micróbios. Nas experiências de Nedhan poderia ter ocorrido passagem de germes através da tampa.

 

Em fins do século XVIII, com a descoberta do oxigênio e a demonstração de que este gás é essencial à vida, os defensores da Biogênese encontraram um novo ponto de apoio. Explicaram os resultados de Spallanzani da seguinte maneira: a vedação hermética e o aquecimento prolongado recomendados por Spallanzani impedem a proliferação de micróbios, não porque destroem germes existentes na infusão, mas porque excluem o oxigênio necessário à geração espontânea e à sobrevivência dos germes.

 

Apesar da controvérsia existente sobre a teoria da geração espontânea no mundo científico da época, um confeiteiro parisense, François Appert, utilizou sabiamente as experiências de Spallanzani. Qualquer que fosse o motivo da esterilização das infusões de Spallanzani, fosse pela morte dos seres ali existentes, fosse pela alteração das condições necessárias à geração da vida, estava claro que um líquido nutritivo, colocado em recipiente hermeticamente fechado e aquecido durante certo tempo, tornava-se estéril. Baseado neste princípio, Appert inventou a indústria de enlatados: alimentos colocados em recipientes hermeticamente fechados e aquecidos durante certo tempo não estragam.

 

No início do século XIX, através de engenhosas experiências, ficou demonstrado que a proliferação de microorganismos não ocorre em infusões que tenham sido adequadamente aquecidas, mesmo quando expostas ao ar, desde que esse ar esteja isento de qualquer germe. Schwann, em 1837, infiltrando o ar previamente aquecido em uma infusão fervida verificou que a infusão permanecia estéril. Schroeder e Von Dusch, em 1854, conseguiram impedir o crescimento microbiano em infusões de carne previamente fervida, mesmo passando, através dela, ar filtrado em algodão.

 

Por volta de 1860, o cientista francês Louis Pasteur demonstrou que germes microscópicos estão presentes no ar, sobre o corpo dos animais e do homem, sobre os utensílios usados nas experiências e sobre as demais coisas expostas ao ar. Demonstrou, ainda, que todas as "gerações espontâneas" de microorganismos resultam, na realidade da contaminação dos tubos de cultura por germes do ar. Uns poucos micróbios do ar, encontrando um meio rico em alimentos, reproduzem-se rapidamente, originando, em questão de horas, milhões de descendentes.

 

No experimento, Pasteur adicionou um caldo nutritivo a um balão de vidro com gargalo alongado. Em seguida aqueceu o gargalo, imprimindo a esse um formato de tubo curvo (pescoço de cisne). Após a modelagem prosseguiu com a fervura do caldo, submetendo-o a uma temperatura até o estado estéril (ausência de micro-organismo), porém permitindo que o caldo tivesse contato com o ar. Depois da fervura, deixando o balão em repouso por muito tempo, percebeu que o líquido permanecia estéril. Isso foi possível devido a dois fatores: o primeiro foi consequente ao empecilho físico, causado pela sinuosidade do gargalo. O segundo ocasionado pela adesão de partículas de impureza e micro-organismos às gotículas de água formadas na superfície interna do gargalo durante a condensação do vapor, emitido pelo aquecimento e resfriado quando em repouso. Depois de alguns dias, ao verificar a não contaminação, Pasteur quebrou o gargalo, expondo o caldo inerte aos micro-organismos suspensos no ar, favorecendo condições adequadas para a proliferação de germes.

 

Com experiências de frascos tipo "pescoço de cisne", Pasteur demonstrou que uma solução nutritiva, previamente esterilizada, mantém-se estéril indefinidamente, mesmo na presença de ar, desde que, a entrada de germes seja impedida.

 

Embora a questão da geração espontânea dos seres vivos fosse um tema discutido há muitos séculos, pode-se dizer que os debates e experimentos realizados sobre esse assunto no século XIX foram muito importantes. Costuma-se dizer que foi Louis Pasteur (1822-1895) quem derrubou definitivamente essa crença, baseando-se em uma série de experimentos. Com a publicação de todas essas experiências, foi descartado definitivamente a teoria da geração espontânea. Esse cientista além de contribuir para o fim do equívoco abiogenista, também desenvolveu, a partir da aplicação do aquecimento e resfriamento simultâneo, a técnica de pasteurização largamente utilizada para conservação dos alimentos.

 

 

2. Oparin e Muller: sugimento das primeiras moléculas orgânicas

 

2.1 O experimento de Oparin

 

O bioquímico russo Oparin, em meados da década de 20, aprofundou-se na teoria proposta anteriormente pelo biólogo inglês Huxley, denominada teoria da evolução química (ou molecular). Segundo essa teoria metano, amoníaco, hidrogênio e vapor de água eram os gases que predominavam na Terra primitiva. Compostos por elementos básicos da constituição de todos os seres vivos (carbono, hidrogênio, oxigênio e nitrogênio), estes eram liberados a partir de atividades vulcânicas, ficando retidos em razão da força gravitacional e dando origem à atmosfera primitiva.

 

A partir de tais pressupostos, esses cientistas acreditavam que a vida seria resultante de um processo de evolução química, na qual os compostos presentes na atmosfera se combinaram, dando origem a moléculas orgânicas. Para tal, descargas elétricas provenientes das grandes tempestades, além da grande incidência de raios ultravioleta, forneceram energia suficiente para a ocorrência das reações químicas entre as substâncias presentes. Essas, levadas pela água das chuvas para oceanos primitivos, puderam formar, mais tarde, moléculas orgânicas mais complexas. Tais moléculas, unidas às de água, deram origem aos coacervados - uma primitiva organização de substâncias orgânicas.

 

Em um sistema parcialmente separado do meio, estes efetuavam trocas com o ambiente externo, ao mesmo tempo em que seus compostos reagiam entre si. Deste princípio, em determinado momento, surgiram sistemas envoltos por membrana lipoproteica, com uma molécula de ácido nucléico em seu interior. Mais tarde, ao adquirirem capacidade de reprodução, puderam originar outros sistemas semelhantes: os primeiros seres vivos do planeta.

 

Mais tarde, o norte-americano Stanley Muller, estudante da Universidade de Chicago, criou em laboratório um dispositivo que simulava as condições primitivas da Terra, conseguindo “criar” compostos orgânicos a partir deste.

 

2.2 Experimento de Muller

 

Em 1954, o cientista Stannley L. Muller construiu um aparelho onde reuniu metano, amônia, hidrogênio e vapor de água, numa tentativa de recriar, em laboratório, as prováveis condições reinantes na atmosfera primitiva. Parte desse aparelho consistia em um balão de vidro em que Muller colocou os gases que se presumia que poderiam ser encontradas na atmosfera primitiva submetendo-os a um aquecimento elevado e constante descargas elétricas. O vapor d’água era fornecido por outro balão contendo água em ebulição. Posteriormente ele se condensava e precipitava simulando a chuva.

 

Imaginando que as descargas elétricas poderiam ter constituído uma fonte de energia capaz de promover o rompimento de ligações químicas das moléculas dos "gases primitivos", Muller submeteu os gases, reunidos, a faíscas elétricas de alta intensidade. Depois de algum tempo, observou o acúmulo de substâncias orgânicas numa determinada região do aparelho, entre as quais encontrou vários aminoácidos. Esses aminoácidos, anterirmente denominados por Oparin como protobiontes, receberam diferentes nomes dados pelos cientistas, dependendo de seu conteúdo: microsferas, protocélulas, micelas, lipossomos e coacervados. Estes possuem uma “membrana” dupla, formada por duas camadas lipídicas, à semelhança das membranas celulares.

 

Apesar do fato destes serem constituídos por estruturas menos complexas, tal experimento pode demonstrar a formação de compostos orgânicos a partir de determinadas condições ambientais, reforçando as idéias de Oparin.

 

 

2.3 Outros experimentos comprovadores da teoria de Oparin

 

Pouco anos depois (1957), baseando-se nos experimentos de Muller, Sidney Fox, também norte-americano, aqueceu uma mistura seca de aminoácidos. Fox partiu da suposição de que os compostos orgânicos caídos com as chuvas formavam massas secas sobre as rochas quentes, após a evaporação da água. Ao final de sua experiência constatou a presença de proteinóides (moléculas de natureza protéica constituídas por alguns poucos aminoácidos), numa evidência de que os aminoácidos teriam se unido através de ligações peptídica, numa síntese por desidratação.

Melvin Calvin, outro cientista norte-americano, realizou experiências semelhantes à de Muller, bombardeando os gases primitivos com radiações altamente energéticas e obteve, entre outros, compostos orgânicos do tipo carboidrato. Todas essas experiências demonstraram a possibilidade da formação de compostos orgânicos antes do surgimento de vida na Terra. Isso veio favorecer a hipótese heterotrófica, uma vez que a existência prévia de matéria orgânica é um requisito básico não só para a alimentação dos primeiros heterótrofos, como também para sua própria formação.

 

Hipótese do “RNA World”

Em biologia, a hipótese do mundo do RNA propõe que o mundo atual com vida baseada principalmente no DNA e proteínas foi precedido por um mundo em que a vida era baseada em RNA. A proposição para uma etapa da evolução da vida na Terra chamada "Mundo do RNA" (RNA world) foi feita por Walter Gilbert em 1986. É considerada pela maioria dos cientistas a etapa mais bem conhecida no campo da origem da vida, e talvez a única em que se tenha claramente ultrapassado o domínio da especulação. Ela supõe que antes das células modernas, o RNA era o material genético e era ele que catalisava as reações químicas nas células primitivas. Apenas posteriormente é que o DNA tornou-se o material genético e as proteínas os maiores componentes estruturais e catalisadores das células. Essa hipótese é reforçada pelo pareamento complementar dos nucleotídeos; o que promove a cópia exata de uma seqüência, pois, por conta da complementaridade das bases, uma seqüência serve de modelo para outra; pela descoberta das ribozimas, moléculas de RNA que possuem atividade catalítica e participam de importantes reações nas células modernas e pelos viróides e virusóides, agentes infecciosos de plantas que consistem em um RNA pequeno (200 nucleotídeos), circular, fita simples, não codificante que, através da maquinaria de transcrição da célula hospedeira, é capaz de se auto-replicar. Por isso, as ribozimas, os viróides e os virusóides são considerados “fósseis moleculares” do mundo do RNA (RNA world).

Entretanto, sob o ponto de vista químico e estrutural, é difícil imaginar como o RNA tenha se formado de uma maneira não-enzimática. Dessa forma, aponta-se que antes do RNA, as primeiras moléculas que possuíam atividade enzimática e a capacidade de guardar informações, eram polímeros, sem registros fósseis ou remanescentes nas células modernas, que se assemelham ao RNA, mas são quimicamente mais simples como, por exemplo, o PNA (Peptide nucleic acid) e o p-RNA (Pyranosyl-RNA). A cadeia de ribose do RNA é substituída no PNA por uma cadeia peptídica, de maneira similar às proteínas. Essa cadeia peptídica, diferentemente da ribose, se forma em altas quantidades em condições pré-bióticas e espontaneamente, forma um polímero estável. Entretanto, o PNA é mais rígido e por isso, pode trazer certas limitações à catálise. A transição de um “pré-RNA world” para o RNA world pode ter se dado através da síntese de um RNA utilizando-se um desses polímeros tanto como fita-molde, como para catalisador. Experimentos em laboratório mostraram que o PNA pode atuar como uma fita-molde para a síntese de RNA porque as geometrias das bases das duas moléculas são bastante semelhantes. A partir da primeira molécula de RNA, outras foram sendo geradas e se diversificaram gradualmente, até conseguir carregar as funções que anteriormente eram dos polímeros pré-RNA e formar o RNA world.

O processo de síntese de proteínas nas células modernas é um sistema bastante intrincado e complexo e por isso, se torna difícil imaginar como ele se desenvolveu no RNA world. Entretanto, alguns experimentos vêm sendo realizados e alguns cenários já podem ser desenhados. Experimentos de seleção de RNA in vitro produziram moléculas de RNA que conseguem se ligar fortemente a aminoácidos. A seqüência de nucleotídeos destes RNAs contém uma freqüência extremamente alta de códons do aminoácido que ele reconhece. Por exemplo, moléculas de RNA que se ligam seletivamente a arginina possuem uma alta freqüência de códons que codificam arginina. Essa correlação não é perfeita para todos os aminoácidos e sua interpretação pode ser duvidosa, mas pode indicar que um código genético limitado pode ter surgido de uma associação direta entre aminoácidos e seqüências específicas de RNA, com o próprio RNA servindo de molde para a polimerização de alguns aminoácidos. A eficiência desta síntese protéica primitiva deve ter aumentando consideravelmente após o surgimento ligação peptídica. Os ribossomos podem ter surgido a partir de uma ribozima peptidil-transferase primitiva, que com o passar do tempo, ficou maior e adquiriu a habilidade de posicionar corretamente os tRNAs nos moldes de RNA. Uma vez desenvolvida a síntese protéica, as proteínas, graças a sua maior versatilidade, puderam “conquistar” a maior parte das tarefas catalíticas e estruturais.

Quanto ao DNA, a sua origem e a de seus mecanismos de replicação permanecem obscuras, mas elas devem ser posteriores ao surgimento das proteínas, já que um grande número de proteínas são necessárias para a sua síntese e a formação da desoxirribose é um processo bastante complexo. A desoxirribose, comparada com a ribose, forma cadeias mais estáveis o que faz com que o DNA possa se alongar sem perigos de rompimento e desta maneira, um depósito mais seguro para a informação genética.

 

 

 

 

 

Referências Bibliográficas

 

http://uivodolobo.no.sapo.pt/10anoantigo/Mat.Apoio.CTV_10/Formacao_da_terra.pdfhttp://www.infopedia.pt/$atmosfera-primitiva

http://www.esec-valenca.rcts.pt/folha_091.htm

http://s.silva777.sites.uol.com.br/atmosfera.htm

http://www.abfhib.org/FHB/FHB-04/FHB-v04-03-Lilian-Martins.pdf

 

http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/origem-da-vida/abiogenese-x-biogenese.php

 

http://www.brasilescola.com/biologia/louis-pasteur.htm

 

http://www.sobiologia.com.br/conteudos/Evolucao/evolucao5.php

 

http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/origem-da-vida/experimentos-de-miller.php

 

http://www.colegioweb.com.br/biologia/a-geracao-espontanea-ou-abiogenese.html

 

Fundamentos da Biologia Moderna - Amabis e Martho - Editora Moderna


http://www.abel.com.br/

 

http://www.dbio.uevora.pt

 

http://www.moderna.com.br

 

http://pt.wikipedia.org/wiki/Mundo_do_RNA

 

http://nobelprize.org/nobel_prizes/chemistry/articles/altman/

 

http://creationwiki.org/Panspermia

 

http://obviousmag.org/archives/2010/04/panspermia_uma_teoria_fascinante_para_a_vida_na_te.html

 

http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/marte/marte-25.php

 

 



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Seminários turma 2010 Bacharelado - Origens da vida

UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO

INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E BIOLÓGICAS

DEPARTAMENTO DE BIODIVERSIDADE, EVOLUÇÃO E MEIO AMBIENTE

 

  

ÉRICA BARBOSA FELESTRINO

LARISSA AZEVEDO MELGAÇO DA SILVA

PRISCILA FABIANA RODRIGUES

SÍLVIA AMARAL ZEBRAL

 

 

 

ORIGEM E DIVERSIDADE   DAS FORMAS DE VIDA

 

 

Ouro Preto

2010

INTRODUÇÃO:

 

A escala de tempo geológico representa a linha do tempo desde o presente até a formação da Terra, dividida em éons, eras, períodos, épocas e idades, que se baseiam nos grandes eventos geológicos da história do planeta. Embora devesse servir de marco cronológico absoluto à Geologia, não há concordância entre cientistas quanto aos nomes e limites de suas divisões.

De acordo com as teorias geralmente aceitas, a Terra teria tido o início da sua formação há aproximadamente 4,6 bilhões de anos (esse número hoje é calculado com maior exatidão: 4,567 bilhões de anos) através de uma nuvem de gás e poeira em rotação, que deu origem ao nosso Sistema Solar. A vida começou na Terra há pouco mais de 3,5 bilhões de anos, no período Arqueano.

No começo, tudo na Terra era rocha derretida, que, depois de algum tempo, se solidificou e formou a superficíe terrestre. Naquela época havia muitas erupções vulcânicas, e por essa razão, a atmosfera da terra era tóxica. Houve um grande período de chuvas, que durou milhões de anos, e as partes de terra que ficaram emersas formaram os continentes.

As primeiras formas de vida nasceram nas águas quentes e serenas do mar, ao abrigo dos raios ultravioletas do Sol. Eram pequenas esferas protegidas por uma membrana, em condições de se dividirem. Com o passar do tempo, essas primitivas "máquinas" vivas se uniram a corpúsculos prontos para a fotossíntese, para a respiração e para a reprodução. Tornaram-se assim verdadeiras células. Até, aproximadamente, um bilhão de anos, os habitantes da Terra eram seres microscópicos (semelhantes aos organismos unicelulares de hoje) que viviam isolados ou agregados em grandes colônias.

Depois surgiram os Procariontes, formas de vida unicelares que continham DNA, a molécula fundamental da vida. Depois dos Procariontes, vieram os Eucariontes que já eram mais complexos, continham um núcleo e organelas. Tempos depois, surgiram os vermes achatados e criaturas invertebradas mais complexas, como os Trilobitas. De pequenos seres chamados conodontes, surgiram os peixes, que se tornaram no Devoniano os donos dos mares, e que por alguma razão desconhecida, talvez em busca de alimentos ou para fugir de predadores, começaram a sair para a terra firme, e deram origem aos anfíbios que podiam andar na terra, mas necessitavam viver em pântanos pois não sobreviviam muito tempo fora da água. Os anfíbios evoluíram aos répteis, que viviam sem dependência da água e dos répteis evoluiram os sinapsídeos, ancestrais dos mamíferos, que permaneceram escondidos durante o longo reinado dos dinossauros até se tornarem os donos do mundo.

Segundo Darwin, a vida surgiu uma única vez (ou pelo menos só uma única linhagem primordial deu origem a todos os seres viventes de hoje, sendo outras extintas – ancestral esse denominado recentemente de cenoancestral) e, a partir de variações surgidas ao acaso nesse ser vivo primordial, novas espécies foram surgindo, e outras se extinguindo, com estimativas recentes de que existam atualmente pelo menos 3,6 ou até 117,7 milhões de espécies no planeta (Wilson, 1994). Ainda hoje, com o extraordinário avanço de tecnologias e do conhecimento acerca da origem e diversificação das espécies, tal analogia, a da árvore da vida, continua robusta e amplamente aceita.

Evidências evolutivas marcantes vêm da observação de estruturas vestigiais encontradas em algumas espécies, dos fósseis, das homologias e, mais recentemente, dos estudos sobre o DNA. O estudo do registro fóssil também traz uma série de fabulosas evidências sobre a origem das espécies a partir de modificações de espécies ancestrais.

A partir de populações de um ancestral universal que viveu há mais de 3,5 bilhões de anos (cenoancestral) determinados indivíduos se adaptaram a diferentes condições ambientais por seleção natural. Eventualmente surgiu isolamento reprodutivo entre populações (nas espécies sexuadas) e novas espécies surgiram. Esse processo perdurou por bilhões de anos e continua até hoje e é responsável pela miríade de espécies e formas que conhecemos hoje. A maioria das espécies se extinguiram no caminho. Assim, a árvore da vida nasceu, cresceu e continua emitindo novos ramos.

 

Era Pré-Cambriana

 

Foi durante o Pré-Cambriano que os eventos mais importantes da história da Terra aconteceram: o início do movimento das placas tectônicas; o início da vida na Terra; o aparecimento das primeiras células eucarióticas; a formação da atmosfera; o aparecimento dos primeiros animais e vegetais.

O Hadeano não é um período geológico verdadeiro. Nenhuma rocha é tão antiga a exceção dos meteoritos. Durante o Hadeano, o sistema solar estava tomando forma, provavelmente dentro de uma nuvem grande de gás e poeira em torno do sol. Como as colisões entre planetésimos grandes liberam muito calor, a Terra e outros planetas seriam derretidos no começo de sua historia. A solidificação do material derretido aconteceu enquanto a Terra esfriou. Por algum tempo durante os primeiros 800 milhões de anos de sua historia, a superfície da Terra mudou do líquido ao sólido. Uma vez que a rocha dura formou-se na Terra sua historia geológica começou. Isto aconteceu provavelmente antes de 3,8 bilhões de anos, mas a evidência disso não esta disponível. A erosão e o tectonismo destruíram provavelmente toda a rocha mais antiga que 3,8 bilhões de anos. O começo do registro de rocha que existe atualmente na Terra é do Arqueano.

A atmosfera no Arqueano era muito diferente daquela que nós respiramos hoje, ela era composta de metano, amônia e de outros gases que seriam tóxicos a maioria da vida em nosso planeta hoje. Também nessa era, a crosta da Terra esfriou e as rochas e placas continentais começaram a se formar. Durante o arqueano que a vida apareceu primeiramente no mundo. Nossos fósseis mais antigos datam de aproximadamente 3,5 bilhões de anos e são constituídos de microfósseis e bactérias, porém novos estudos sugerem que bactérias termófilas e hipertermófilas - capazes de sobreviver a temperaturas de 50, 80 ou de até 110 graus Celsius - possam ter surgido a aproximadamente 3,9 bilhões de anos. De fato, toda a vida por mais de um bilhão anos era microscópica. Estromatólitos são colônias que foram encontradas como fósseis na África do Sul e na Austrália ocidental. Os estromatólitos foram abundantes em todo Arqueano, mas não são comuns hoje.

Coacervados e caldos nutritivos: Moléculas orgânicas que formavam os caldos ao se agruparem formaram os coacervados e deles os seres vivos. Atmosfera de gás carbônico: Atmosfera ao qual se desenvolveu os primeiros seres vivos até os primeiros procariontes.

O Proterozóico começou a 2,5 bilhões de anos e terminou há 544 milhões de anos. Muitos dos eventos da história da Terra e da vida ocorreram durante o proterozóico, os continentes se estabilizaram, os primeiros fósseis abundantes de organismos unicelulares surgiam nesta época. No proterozóico médio veio a primeira evidência de oxigênio na atmosfera.

 

Era Paleozóica

O Período Cambriano tem seu início marcado pelo aparecimento das formas de invertebrados abundantes e diversificados. Nesse período apareceram todos os filos de animais com esqueleto fossilizados, incluindo Arthropoda, representados pelos trilobitas, Brachiopoda (conchas-lampião), os Mollusca (incluindo gastrópodes, bivalves e cefalópodos), os Porifera e uma grande variedade de classes dos Echinodermata. Muitos animais peculiares desse período representam filos extintos. A extraordinariamente rápida diversificação taxonômica do cambriano, conhecida com “Explosão Cambriana” é considerada um dos grandes problemas da evolução devido ao surgimento dessas inúmeras novidades evolutivas numa pequena janela de tempo geológico.

Após a extinção em massa do Cambriano, muitos filos se diversificaram no Ordoviciano. A fauna desse período possuía características bem diferentes da predominante no período anterior. Houve um aumento especialmente marcante na diversidade de equinodermas; ao final do Ordoviciano,existiram mais 21 classes de equinodermos, tendo a maioria desaparecido no final. Os mais antigos fósseis dos vertebrados conhecidos, os ostracodermas sem mandíbulas e carapaça pesada (Classe Agnatha), são encontrados no Ordoviciano. No final desse período, numerosas famílias extinguiram-se, juntamente a uma pronunciada regressão do nível marinho.

No período Siluriano a diversidade biológica aumentou mais uma vez. Houve diversificação dos agnatas e aparecimento de uma nova classe de vertebrados, os placodermas, que tinham mandíbulas e, em alguns casos, estruturas com a forma de nadadeiras. Foi nesse período que apareceram as primeiras formas de vida terrestre como escorpiões miriápodos e plantas vasculares pequenas, tais como Cooksonia.

O Período Deviniano apresentou grande radiação adaptativa de corais e trilobritas e emergência dos Amonoidea, cefalópodes semelhantes a lulas revestidos com conchas. Os agnatas e placodermas atingiram o pico de sua diversificação nesse período, mas apenas alguns placodermas sobreviveram à passagem para o do Devoniano para o Permiano e o registro fossilífero dos agnatas cessa no final do Devoniano. Entre os organismos atuais, os agnatas são representados pelas lampreias e enguias. Esse período representa a "Idade dos Peixes", surgem os tubarões (Classe Chondrichthyes), apesar de serem bastante diferentes dos tubarões atuais. Os primeiros representantes animais da vida na terra foram os artrópodes.  Os anfíbios apareceram nesse tempo, provavelmente de crossopterígeos. Ichthyostega do final do Devoniano, tinha membros totalmente formados, mas seu crânio era muito semelhante ao dos crossopterígeos.

O Período Carbonífero tem esse nome devido à grande quantidade de carvão mineral originado nas grandes florestas e pântanos que cobriam a maior parte das terras imersas. Essas extensas florestas eram dominadas por samambaias, pteridospermas e licófitas de porte arbóreo e esfenófitas. Houve profusão de ordens primitivas de insetos, incluindo Orthoptera, Blattaria (baratas), Ephemerida, Homóptera (cigarras) e um grupo de ordens "paleópteras" primitivas que não sobreviveram após o Paleozóico. Apareceram os anfíbios, muitos dos quais enormes (mais de 4 metros), e sofreram uma radiação adaptativa que continuou através do Permiano, porém sua grande maioria se extinguiu no final daquele período.  Os primeiros répteis, os protorotirídeos, evoluíram de um antigo estoque de anfíbios, os diadectiamorfos nesse período.

O último período de Era Paleozóica corresponde ao Período Permiano. Foi quando uma variedade de grupos de répteis evoluiu a partir dos protorotirídeos. Apareceram dos Terapsídeos, répteis com características de esqueleto dos mamíferos. Também foi tempo da radiação dos peixes ósseos condrósteos e evolução dos Holostei, representados hoje pelo âmia e pelo peixe-agulha. O Período Permiano terminou com a maior extinção em massa até então sofrida pelos seres vivos. Estima-se que até 95% de todas as espécies vivas antes do evento de extinção desapareceram.

Era Mesozóica

            Ao longo de aproximadamente 180 milhões de anos, durante a era mesozóica, a Terra assistiu ao surgimento dos ancestrais das principais espécies de plantas e animais que existem atualmente. A era mesozóica é a terceira das quatro principais eras geológicas em que se consiste a história da Terra. Divide-se em três períodos bem diferenciados: o triássico (entre 245 e 208 milhões de anos atrás), o jurássico (entre 208 e 144 milhões de anos) e o cretáceo (entre 144 e 66,4 milhões de anos). O evento marcante dessa era foi à separação dos dois supercontinentes, Gondwana e Laurásia, que deram origem às atuais massas continentais. Registrou-se a evolução de uma flora e de uma fauna bem diversas das que se haviam desenvolvido durante a era paleozóica e das que surgiriam depois, na cenozóica.

Em meados da era mesozóica, a Laurásia, que incluía a maior parte da América do Norte e da Eurásia, separou-se totalmente de Gondwana pelo mar de Tétis, no hemisfério sul. Durante o jurássico, a América do Norte começou a se afastar dos dois supercontinentes. No final do jurássico, a África já tinha começado a se separar da América do Sul, e a Austrália e a Antártica já estavam desligadas da Índia.

Em grande parte sedimentares, as rochas mesozóicas estão amplamente distribuídas por todos os continentes. Os sedimentos marinhos foram depositados por transgressões marinhas, que deram origem a mares epicontinentais (sobre os continentes) pouco profundos durante os períodos em que o oceano alcançou nível mais alto. Os sedimentos também se acumulavam em geossinclinais (grandes depressões alongadas) ao longo do litoral leste da América do Norte e do golfo do México, na costa da Eurásia e de Gondwana e em torno da atual bacia do oceano Pacífico.

No Brasil, os terrenos mesozóicos cobrem vastas áreas do interior e também do litoral do nordeste e, no sul a bacia do rio Paraná, como é conhecida hoje. No início do mesozóico o clima foi árido, originando-se vasto deserto com abundante deposição eólica de areias. Tal deposição foi entremeada de intenso vulcanismo, responsável por extensos derrames de lava basáltica. Seguiu-se, no cretáceo, a deposição de areias mais tarde consolidadas por cimento calcário e que encerram restos de dinossauros e outros répteis.

Os répteis foram as principais formas de vida terrestre durante a era mesozóica. No triássico, os Labirintodontes, grandes e desajeitados anfíbios, viviam principalmente na água. Após seu desaparecimento repentino, multiplicaram-se sapos e rãs. Os Cotilossauros, surgidos no paleozóico (carbonífero tardio), se diferenciaram nas mais importantes formas de répteis, que dariam origem às tartarugas, aos principais grupos marinhos, aos Terapsídeos (animais semelhantes aos mamíferos ), e aos Tecodontes.

Os Tecodontes foram os ancestrais dos mais conhecidos répteis mesozóicos, os dinossauros. No jurássico, os dinossauros tomaram formas gigantescas e impressionantes: o Apatossauro e o Diplodocos, ambos herbívoros; o Estegossauro; o Alossauro, grande carnívoro de duas pernas; e o maior de todos os carnívoros, o Tiranossauro. Os dinossauros se desenvolveram e diversificaram ao longo do cretáceo, mas extinguiram-se de repente no fim do período.

O Pterossauro, animal com asas semelhantes às dos morcegos e um dos répteis de mais extraordinária adaptação, foi o precursor das aves. Ineficiente do ponto de vista aerodinâmico, por suas asas de grande envergadura e membranosas, assemelhava-se a um planador lançado de lugares altos. As aves evoluíram a partir de répteis, e isso é comprovado por um dos mais surpreendentes fósseis já encontrados, o do Arqueoptérix, a mais antiga ave conhecida. Não só possuía características de réptil, como dentes e cauda, mas também, com extraordinária definição, as penas que as aves desenvolveram a partir das escamas dos répteis.

Os répteis aquáticos do mesozóico eram bastante diversificados e totalmente adaptados ao ambiente marinho. Entre os de grande porte, os mais notáveis eram os Notossauros, Placodontes, Ictiossauros, Plesiossauros e Mosassauros. Alguns precursores dos peixes modernos evoluíram durante o mesozóico. A forma mais primitiva de peixes vertebrados era o Chondrosteiformes, extinto. É representado nos tempos modernos pelo esturjão. Os peixes holósteos (com escamas não totalmente ossificadas) substituíram os condrósteos (peixes com esqueleto interno cartilaginoso e pele com placas ósseas), mas sua população também se reduziu e só algumas espécies sobreviveram. Os teleósteos (peixes com esqueleto ósseo) foram os vertebrados marinhos que mais se desenvolveram. Dominaram as últimas fases do cretáceo e estão bem representados até hoje. É provável que os sobreviventes mais conhecidos sejam as modernas variedades de tubarão que surgiram na era mesozóica. Algumas formas pouco diferem de seus ancestrais do jurássico e do cretáceo.

Entre os invertebrados mesozóicos marinhos, os mais importantes são os Ammonites, parentes do náutilo perolado, que se diversificaram em centenas de espécies. Suas formas retas ou onduladas e compartimentadas são importantes para a classificação das rochas da era mesozóica, pois servem com freqüência para identificar formas estratigráficas geograficamente distantes, mas contemporâneas. Os Ammonites constituem um fenômeno mesozóico comparável aos dinossauros e também desapareceram de súbito no fim do período cretáceo, quando se extinguiu aproximadamente um terço das espécies vivas, inclusive algumas plantas e a maioria dos répteis terrestres marinhos e alados (Dinossauros, Ictiossauros e Pterossauros).

Na flora da era mesozóica destaca-se o predomínio das gimnospermas, vegetais superiores nos quais os órgãos reprodutivos aparecem expostos, como ocorre com os pinheiros. As coníferas diversificaram-se e se estenderam por muitas áreas do globo. As criptógamas vasculares, como as samambaias e outras plantas, que no paleozóico tinham reinado de forma absoluta, formando extensas florestas, sofreram forte regressão.

Ao que parece, no mesozóico começaram os ciclos das estações, como demonstram os troncos das coníferas no cretáceo, com anéis reveladores de um crescimento característico, o que não ocorre nos fósseis jurássicos. Em fins desse último período e começo do cretáceo surgiram às primeiras angiospermas, de início dicotiledôneas, como choupos e eucaliptos, e mais tarde monocotiledôneas, da família das palmáceas (palmeiras).

Era Cenozóica

Durante os 65 milhões de anos da Era Cenozóica ou Idade dos Mamíferos o mundo assumiu sua forma moderna.  Invertebrados, peixes, répteis eram essencialmente modernos, mas mamíferos, pássaros, protozoários e ainda plantas com flores evoluíram e se desenvolveram durante este período. Ela é dividida em dois períodos muito desiguais, o Terciário (que compõe quase todo o Cenozóico), e o Quaternário que é somente os últimos dois milhões de anos.  O Terciário é dividido em dois sub-períodos o Paleógeno e o Neógeno. 

Durante o Cenozóico a fragmentação das massas de terra continental que iniciou no Mesozóico continuou até a sua configuração atual. Durante seu início, os continentes ainda não haviam se movido para tão longe de suas posições equatoriais como o que observamos hoje, mas as maiores massas de terra estavam ainda mais isoladas do que no presente. Continuou-se a separação que se iniciou no fim do Jurássico e início do Cretáceo, onde se separaram a África da América do Sul e a Austrália da Antártica.  Assim a Gondwana deixa de existir como um supercontinente.  A América do Norte separa-se da Europa, aumentando o Oceano Atlântico. A Austrália foi liberada dos demais continentes do Sul na metade do Eoceno, mas a América do Norte e a do Sul não entraram em contato até o Plioceno. A Índia colidiu com a Ásia no Mioceno, formando as cadeias montanhosas do Himalaia. A África entrou em contato com a Eurásia no final do Oligoceno, ou no início do Mioceno, fechando a expansão original leste-oeste do Mar de Tethys e formando a, atualmente fechada, bacia do Mediterrâneo e criando os Alpes.

No início dessa era o clima mundial era tropical morno, semelhante ao encontrado no Mesozóico.  O Neógeno viu um esfriamento drástico no clima do mundo, possivelmente causado pelo soerguimento do Himalaia. Durante o período Quaternário o clima frio continuou resultando na idade do gelo, ou uma série de idades do gelo com períodos mornos.

A radiação dos mamíferos ocorreu durante este fracionamento das massas continentais, quando estoques distintos foram isolados em continentes diferentes. Esta separação de estoques ancestrais, uns dos outros, por meio de processos físicos do planeta, ao invés de por meio de seus próprios movimentos, é chamada de vicariância. Parte da diferença quanto à distribuição dos mamíferos atuais resulta da biogeografia de vicariância, ou seja, os animais e os vegetais são carregados, passivamente, sobre as massas de terra em movimento.

No início da Era Cenozóia todos os mamíferos eram pequenos e pouco especializados. Os marsupiais parecem ter sido onívoros e arborícolas, como os gambás modernos, enquanto que os eutérios eram, na maioria, formas insetívoras primitivas e terrestres, similares aos musaranhos, ou ungulados arcaicos.

O Paleógeno viu a diversificação de muitos mamíferos e pássaros, enquanto se encontravam em condições tropicais.  Durante o Paleógeno Inferior os continentes estavam isolados através de mares rasos, e linhagens diferentes de Mamíferos evoluíram em cada um, mamíferos estes que ainda incluíram muitas formas gigantes semelhante aos rinocerontes atuais, os uintatérios da Ásia e América do Norte, brontotérios e arsinotérios africanos.  Haviam  enormes pássaros carnívoros não voadores, os diatrymideos da Laurásia e o Sul com os Phorusrhacideos.  Todos estes animais viviam em florestas tropicais. 

Os crocodilianos sobreviveram aos dinossauros e a extinção do Cretáceo-terciário. Nos mares apareceram as primeiras baleias dentadas arcaicas. Protistas marinhos gigantescos, (foraminíferos) do tamanho de lentilhas evoluíram durante o Eoceno. Moluscos bivalves e gastrópodes eram basicamente os mesmos de hoje.  Os nautilóides experimentaram a última radiação evolutiva moderada no Paleogeno.  Formas transitivas ancestrais de cefalópodes e de coleóides modernos evoluíram. Equinodermos, corais, briozoários, insetos e esponjas eram basicamente modernos. Formigas eram até mesmo então mais numerosas do que são hoje.

Durante o Neógeno evoluem mamíferos modernos e plantas com flores, como também muitos mamíferos estranhos.  A coisa mais surpreendente que aconteceu durante o Neógeno Inferior foi à evolução dos gramados.  Isto conduziu à evolução de animais adaptados a vida nas savanas e pradarias. Os cavalos e animais de pasto conquistaram uma história de sucesso durante o Neógeno. Ainda havia, porém muitos animais de floresta. 

Os Mastodontes viveram em todos os continentes menos na Austrália.  Muitos mamíferos estranhos, litopternos, notoungulatos, boriaenas, evoluíram em isolamento na América do Sul antes de uma ponte de terra que permitiu uma invasão das formas do norte.  Enquanto isso durante o Neógeno Superior Hominídeos apareceram nas savanas da África, os Australopithecineos.   

Os oceanos estavam habitados por baleias modernas que tinham substituído as baleias dentadas arcaicas.  Eles eram os animais mais inteligentes do tempo, mas eles nunca desenvolveram o uso de ferramentas.  Também nos mares apareceram os maiores tubarões carnívoros, Charcharodon, um antecessor do Tubarão Branco moderno, mas muito maior e mais pesado.

O período Quaternário viu a flora e a fauna de insetos ser essencialmente moderna.  Contudo muitos tipos de mamíferos extintos ainda existiam, e geralmente de grande porte, que sobreviveu ate a idade do gelo do Pleistoceno.

De uma certo modo, pode-se considerar que o clima na era Terciária é uniforme, sendo que aproximando-se do seu final, observou-se uma queda de temperatura que resultaram nas glaciações. Os mamíferos foram os animais privilegiados nesta era pelo seu grande desenvolvimento, não se podendo dizer o mesmo dos grandes répteis que foram totalmente extintos. Alguns protozoários, denominados numulares, chegam a alcançar o tamanho de ate 5 cm, sendo que seus depósitos resultaram em formações calcárias que foram utilizadas pelos egípcios nas construções das pirâmides.

Como principal representante da Flora aparecem as angiospermas, sendo que nas regiões temperadas ocorreram espécies bastantes semelhantes às atualmente encontradas nas regiões tropicais. No Brasil, os terrenos terciários ocupam aproximadamente 15. 88% do território nacional, recobrindo áreas do baixo planalto amazônico e maranhense; parte do litoral maranhense até Campos, no Estado do Rio de Janeiro; as bacias terciárias do médio Paraíba do Sul, e ainda a bacia do Tietê onde se encontra a cidade de São Paulo.

 

Referências Bibliográficas

  • http://www.portalbrasil.net/educacao_seresvivos_eras.htm. Acessado em: 16 Nov. 2010;

—  Pough, H et al. (2005). A Vida dos Vertebrados, 3a edição.

—  Raven, P et al. (2007). Biologia Vegetal, 7a edição.

—  http://www.gforum.tv/board/1428/151465/escala-geologica.html

—  http://pt.wikipedia.org/wiki/Evolu%C3%A7%C3%A3o_da_vida_e_forma%C3%A7%C3%A3o_da_Terra



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