A
vida sintética – Um debate ético
Ana Laura Dutra, Lucas Álvares, Mariana
Monteiro, Thiago Nepomuceno.
Universidade Federal de Ouro Preto
Algumas décadas após o
avanço das técnicas do DNA recombinante, que permitiu o desenvolvimento de
organismos transgênicos, cientistas propõe tecnologias mais poderosas, capazes
de sintetizar genomas inteiros. Trata-se de escrever à sua maneira um código
genético que será lido por um computador e a informação gerada será reproduzida
em reações químicas. O resultado é um novo DNA gerado artificialmente, que
formará um indivíduo que não tem pais.
Os experimentos são
conduzidos em empresas fundadas por pesquisadores anteriormente vinculados a
universidades e com o apoio financeiro do governo e corporações foram montados
laboratórios com equipamentos de última geração. Os grupos de pesquisa envolvem especialistas
nos ramos da genética, microbiologia, biologia molecular e bioética. Um exemplo
é o J. Craig Venter Institute (JCVI), que desenvolve uma série de trabalhos
para o desenvolvimento da ciência genômica e em publicações mais recentes anunciou
a conclusão de uma pesquisa inovadora: a criação da primeira bactéria com
genoma sintético. A célula sintética é chamada Mycoplasma
mycoides JCVI-syn1.0 e é a prova de de que genomas podem ser projetados
no computador, quimicamente feitos em laboratório e transplantadas para uma
célula receptora para produzir uma célula auto-replicante
nova controlada apenas pelo genoma sintético. Segundo os pesquisadores é uma tecnologia poderosa, que
pode ser comparada com a energia nuclear e poderá salvar o planeta. Essas
bactérias poderão formar novas indústrias e gerar energia limpa, ajudar a
recuperar ambientes contaminados, fornecer novos medicamentos, antivirais,
vacinas e até novos alimentos.
Foi um avanço significativo da engenharia genética e asism como todo avanço
tecnológico, repercurtiu em todo o mundo. O governo dos Estados Unidos, que
financiou a pesquisa, chegou a cogitar se era mais seguro mantê-la como segredo
militar ou divulgá-la para que a sociedade se posicione. Sob o mandado de Bush,
resolveram publicar. Alguns religiosos não se opuseram, mas se preocuparam como a maneira como essa
tecnologia será usada. A revista Nature
questionou oito especialistas em biologia sintética sobre as implicações da
nova descoberta na ciência e sociedade. Dentre os entrevistados estão um geneticista,
um especialista em evolução molecular e professores
de filosofia e humanidades, física, bioética, engenharia biomédica, engenharia
biomolecular e biotecnologia e bioengenharia. Trasncrevemos algumas:
“[...] Primeiro, nós temos agora uma oportunidade sem
precedentes para
aprender sobre a vida. Ter o controle completo sobre
a informação em um genoma fornece uma oportunidade fantástica para
sondar os restantes segredos de como ele funciona. Segundo, mesmo as mais
simples formas de vida têm propriedades emergentes imprevisíveis. Estas
propriedades são freqüentemente úteis e queremos controlá-lass, mas sua
imprevisibilidade apresenta um enigma para a engenharia tradicional. Nós devemos
desenvolver e aperfeiçoar métodos de engenharia de emergência.Terceiro, esses
novos poderes criam novas responsabilidades. Ninguém pode ter certeza sobre as
conseqüências de fazer novas formas de
vida, e devemos esperar o inesperado e as não
intencionais. Isto exige inovações fundamentais no
pensamento de precaução e análise de risco. Finalmente, um genoma prótese
apressa o dia quando as formas de vida poderão ser feitas inteiramente a partir
de materiais não-vivos. Como tal, ele vai revitalizar eternas perguntas sobre o
significado da vida : - O que é, porque é importante e qual o papel os seres
humanos devem ter no seu futuro? “ (Mark Bedau, professor de filosofia e humanidades,
Rede College, Oregon).
“[...] O trabalho do JCVI pode até ajudar na
ligação da química à história natural. As seqüências dos genomas de ancestrais extintos espécies
de Mycoplasma pode ser inferida a partir das
seqüências das diversas formas modernas, incluindo M. capricolum, M. genitalium e M. mycoides - os três que Venter e seus colaboradores utilizaram
no processo de síntese. A nova tecnologia sintética
permite a ressurreição de tais bactérias antigas,
cujo comportamento deve nos informar sobre
ambientes planetários e ecológicos 100 milhões de
anos atrás. Algum dia, talvez até mesmo a ciência
planetária pode se beneficiar da síntese” (Steven
Benner, Fundação para Aplicação da Evolução Molecular, Gainesville, Florida).
“No que diz
respeito aos regulamentos para impedir a liberação de formas de vida perigosas
feitas de maneira semelhante para o novo Mycoplasma ou por outros meios, são
dois cenários: bioerror e bioterrorismo. Para evitar bioterrorismo, realistas ecossistemas
de laboratório devem ser padronizados para testar a capacidade de novos genomas
sintéticos a persistir ou detectar genes de câmbio para o estado selvagem “ (George Church, Geneticista, Harvard Medical School).
Assim como todo avanço
tecnológico, o projeto de Craig Venter levantou polêmica e é de grande
importância a divulgação dessa temática para que as pessoas se posicionem.
Quais poderão ser as conseqüências de sua aplicação? Estarão os seres sintéticos preparados para
as condições naturais? Como eles se sairão na competição por recursos, serão
rapidamente predados por não terem sofrido pressões seletivas, ou se tornarão
potenciais predadores? Quais as implicações do surgimento de um novo ramo da
árvore da evolução, sob o controle humano? Essas são algumas questões que
provavelmente instigam a sociedade nesse momento.
As possíveis aplicações
da tecnologia são interessantes, mas se sintetizar novos organismos é mesmo
necessário, frente à imensa diversidade biológica é algo realmente contestável.
Além disso, é importante pensar a cerca da aplicabilidade da técnica. Quem terá
acesso? A que preço?
Estamos tratando de uma
questão ética, delicada e controversa. É preciso avaliar com cautela a razão
risco/benefício dessa nova descoberta antes de decidir qual papel o ser humano
deverá assumir no controle da vida na Terra.
REFERÊNCIAS
BEDAU, M. et al. Life after the synthetic cell. Opinion. See Editorial, page 397, and comment online
at
go.nature.com/AwYeob. Nature |Vol 465|27 May 2010.
Discovery
Channel - Vida Sintética –
Disponível em: http://www.youtube.com
First Self-Replicating,
Synthetic Bacterial Cell. J. Craig Venter Institute. Rockville MD and San Diego,
CA—May 20, 2010. Disponível em: http://www.jcvi.org/.
J. Craig Venter Institute – http://www.jcvi.com
Padrões de
extinção de espécies e as grandes extinções em massa
Grupo: Barbara Passos, Denise Miranda,
Ester, Lorena Vieira
Panorama
histórico
No século
XVIII, o desenvolvimento científico assume importância crescente. O barão G.
George Cuvier (1769-1832) trabalhou no Museu de História Natural de Paris
dedicando-se especialmente ao estudo dos vertebrados. No seu estudo, deparou-se
com alguns fósseis de dimensões extraordinárias, muito maiores do que as
espécies atuais. Para explicar as suas dimensões e o seu desaparecimento
(extinção), Cuvier propôs que a Terra sofria de poderosas convulsões periódicas
(as “revoluções do globo”). Nestas ocorreriam extinções de muitos animais, que
seriam seguidas por períodos de calma, onde se produziria uma nova criação. Por
isso Cuvier pode ser considerado o fundador da Paleontologia dos Vertebrados.
No século XIX
Charles Lyell (1797-1875), geólogo e mestre de Charles Darwin (1809-1882) abre
a geologia moderna com o seu Princípio do Uniformitarismo. Neste, Lyell refere
que a Natureza manteve desde sempre as mesmas leis. Assim, os processos
geológicos desenvolvem-se de forma natural, devido a processos físicos,
químicos e biológicos que atuam de forma lenta, gradual e contínua ao longo do
tempo geológico.Com este princípio Lyell pôs em cheque o Catastrofismo
associado ao Dilúvio, e assentou as bases para o desenvolvimento das idéias
evolucionistas de Darwin.
Naquela
época, os fósseis já eram um poderoso auxiliar do geólogo de campo que lhe
permitiam datar os terrenos. Darwin, entretanto, não se interessou tanto pelo
valor estratigráfico dos restos fossilizados, mas sim pelo seu valor como
testemunhos da seleção natural, e, sobretudo, da evolução das espécies. Na sua
obra "On the Origin of Species" de 1859, Darwin inicia uma aliança
frutífera entre os aspectos biológicos e geológicos dos fósseis.
Na
atualidade, os fósseis adquiriram um significado mais abrangente. Além de
continuarem a ser auxiliares fundamentais para os geólogos na Biostratigrafia,
eles são amplamente usados:
Taxas de Extinção
Diferença
das taxas de extinção entre os grupos
As diferenças nas taxas
de extinção características entre os diferentes grupos é provavelmente
fundamentada em mudanças ecológicas sistemáticas. É preciso certa cautela em
aplicar qualquer tentativa de generalização de situações atuais. Mudanças
climáticas nem sempre causam uma faixa para a espécie se mover de forma suave e
continua sobre o mapa; o resultado é geralmente em fragmentação descontinua e
pulos em mosaicos para um potencial habitat adequado
Taxas
de extinções atuais e recentes
Essencialmente, todas as
projeções sobre taxas de extinção eminente são baseadas em relações
espécie/área, combinada com estimativas de taxas de perda de habitat por
desflorestamento ou outros processos.
A relação espécie/área é
uma regra empírica, baseada na variedade de estudos de como o numero de
espécies, S, de um grupo taxonômico particular (besouros, pássaros, plantas
vasculares) encontrado em ilhas individuais em um arquipélago depende da área
da ilha, A. Estas ilhas podem ser ilhas reais no mar, ou virtuais como lagos ou
topos de montanhas isoladas.
Fundamentação teórica: A
distribuição de indivíduos entre as espécies de um determinado grupo taxonômico
geralmente obedece uma distribuição chamada lognormal canônica (Peterson, 1962
e McArthur e Wilson, 1967). Esta distribuição implica que o número total de
indivíduos, N, está relacionado com o numero total de espécies.
∆S= z∆A
Onde z é um valor
aproximado entre 0.2 e 0.3 que indica que se a área de habitat adequado é
reduzida a 10% do seu valor primitivo, o numero de espécies irá cair pela
metade e ∆A é a taxa anual de desflorestamento.
Estimativas
futuras das taxas de extinção
Todas as taxas de
extinção são atormentadas por muitas incertezas. Porém para aves e mamíferos,
existem 3 diferentes abordagens - uma baseada na relação espécie/área, outro da
escala de categoria de ameaças da IUCN e a outra na estimativa de provável
distribuição da IUCN - estão dando prováveis respostas com projeções de
extinção destas espécies por volta de 200 a 400 anos. Esta situação é menos
clara para plantas, e menos ainda para invertebrados. Além disso a erosão
genética de plantas e outras espécies é preocupante, mas geralmente
negligenciada em debates sobre extinção.
As taxas de extinção iminente,
são pelo menos, quatro ordens de grandeza mais rápido do que as taxas vistas no
registro fóssil.
Tais estimativas são ponto de
partida útil. O que é necessário agora é compreensão mais rica e
contextualizada de como a extinção observada difere entre grupos taxonômicos e
entre localizações geográficas, e das causas subjacentes. Ações de conservação
eficazes dependem de tal entendimento.
A Lista Vermelha da IUCN é o inventário mais abrangente
do mundo do estado de conservação global de espécies vegetais e animais. Ele usa
um conjunto de critérios para avaliar o risco de extinção de milhares de
espécies e subespécies. Estes critérios são relevantes para todas as espécies e
todas as regiões do mundo. Com a sua forte base científica, a Lista Vermelha da
IUCN é reconhecido como o guia mais autoridade para o estado da diversidade
biológica.
Padrões de especiação
O estudo dos fósseis permite entender as
modalidades da evolução, as quais, confrontadas com os resultados obtidos a
partir da genética de populações, permitem melhor compreender os mecanismos da
especiação, base das teorias modernas da evolução.
A Paleozoologia põe claramente em evidência
dois tipos fundamentais de especiação, que intervêm alternativa ou
concorrentemente para dar origem a formas novas; são eles a evolução sequencial
ou anagénese e a evolução divergente ou cladogénese, que constituem a base da
teoria sintética(ou gradualista) da evolução, enunciada com base em trabalhos
fundamentais do geneticista T. Dobzhansky, do biólogo e ecologista J. Huxley,
do zoólogo especialista em sistemática E. Mayr, do paleontólogo G. Simpson e do
zoólogo B. Rensch (Chaline, 1999, 2006).
Evolução sequencial ou anagénese (=especiação
por transformação progressiva ou especiação filética in Roger, 1976). Tem como
principio a modificação das espécies de forma lenta e gradual. Neste padrão uma
única espécie, pelo lento acumulo de novas características genéticas, vai se
transformando em outra espécie. Este tipo de especiação fornece aos
paleontologos as chamadas cronoespécies, que são espécies paleontológicas que
sucedem ao longo de uma mesma linhagem evolutiva.Como os fosseis são
encontrados em extratos de rochas que sucedem do mais antigo ao mais jovem,
este tipo de especiação é bastante útil no estudo evolutivo a partir de fosseis.
Em evolução deste tipo não existe qualquer
corte natural, qualquer descontinuidade genética. Por convenção, admite-se que
quando duas populações diferem suficientemente para que a maior parte dos
indivíduos que as compõem (95%) possam ser distinguidos, elas podem ser
consideradas como espécies distintas.
A anagénese não implica, assim, qualquer
multiplicação do número de espécies, mas apenas uma transformação destas. Esta
modalidade de evolução é uma das mais frequentes e melhor conhecidas; exemplos
podem ser citados em vários grupos fósseis, dos foraminíferos aos celenterados,
dos equinodermes aos bivalves, dos braquiópodes aos cefalópodes, para já não
falar de vertebrados onde os exemplos mais interessantes são dados por roedores
e equídeos.
Evolução divergente ou cladogénese (=especiaçãopor divisão de uma
espécie em duas novas espécies ou especiação evolutiva in Roger, 1976). Esta
segunda modalidade fundamental da evolução consiste na divisão de uma população
primitivamente contínua, em duas ou mais, separadas por uma barreira que limita
ou suprime as trocas genéticas e permite evolução divergente. Se a divergência
assim criada é suficiente as duas populações podem deixar de ser interfecundas,
dando lugar a verdadeiras espécies ou clades.
No seu conjunto as modalidades deste fenómeno
podem ser várias:
a) Uma
cladogénese simétrica, na qual dois clades novos divergem a partir de
uma origem comum; cada um pode ser
considerado como uma nova espécie, diferente da inicial.
b) Uma
cladogénese assimétrica (=especiação por colonização in Roger, 1976), em
que a espécie inicial se prolonga sem modificação e se assiste à divergência de
um novo ramo lateral (clade), que dá lugar a uma nova espécie.
c) Uma
radiação adaptativa, quando numerosos clades aparecem quase
simultaneamente em determinado momento, originando verdadeira explosão da forma
primitiva.
Para se manifestar, a cladogénese precisa de
três condições essenciais:
1. A existência de uma barreira eficaz que
isole os fragmentos disjuntos de uma população primitivamente contínua – O
isolamento geográfico, cujo papel é fundamental na natureza actual (Mayr,
1974), é, sem dúvida, um dos factores predominantes da cladogénese.
2. A existência de diferenças genéticas entre
populações isoladas – Esta condição não é absolutamente necessária, porque a ação
da seleção sobre populações com a mesma composição genética, mas colocadas em
meios ambientes diferentes, pode ser suficiente para criar divergências
consideráveis. No entanto, ela facilitará e acelerará certamente o fenómeno.
3. A existência de condições ambientais
diferentes nas zonas ocupadas pelas novas populações disjuntas –Trata-se de
condição absolutamente indispensável; se o isolamento é necessário para
permitir a cladogénese, somente as variações ecológicas vão originar a
divergência de dois ou mais grupos assim disjuntos, segundo os mecanismos que
são os da anagénese.
Uma cladogénese inicia-se de modo muito
modesto e tímido, a partir do isolamento de uma população no seio de uma
espécie.
A cladogénese parece muito mais eficaz e
rápida do que a anagénese, mas, na realidade, verifica-se que as duas
modalidades estão estreitamente ligadas, e são muito mais complementares do que
opostas. A anagénese sozinha seria incapaz de explicar a multiplicidade dos
taxa que compõem actualmente o mundo vivo, mas a cladogénese sozinha não podia
por si só explicar a evolução.
Tipos
de extinções
Extinção é um processo irreversível
que ocorre quando uma população ou uma característica controlada por fatores genéticos
desaparecem. Extinção pode ocorrer ao nível de espécie, como aconteceu com o
mamute (Mammuthus primigenius) e ainda a variedade e de genes ou alelos.
Extinção é parte natural do processo de evolução.
A extinção também é uma questão de escala geográfica. A extinção local é a extinção de uma
população em uma determinada região e não necessariamente de toda a espécie.
Isso, em biogeografia, é um fator importante no delineamento da distribuição
geográfica das espécies. Eventos de mudanças climáticas, por exemplo, podem
levar à extinção local de populações e, assim, configurar os padrões de
distribuição das espécies.
Atualmente muitos
ambientalistas e governos estão preocupados com a extinção de espécies devido à
intervenção humana. As causas da extinção incluem poluição, destruição do
habitat, introdução de novos predadores e, inclusive, tráfico de animais
A extinção de espécies ocorre naturalmente quando existe
desequilíbrio em um ecossistema ou habitat. Essas mudanças podem ser de caráter
climático; temperatura, precipitação e vento; mudança no comportamento ou
efetividade dos predadores, parasitas e doenças; competição entre espécies por
suprimentos alimentares e limitação de recursos ambientais.
No entanto, as
espécies são capazes de se adaptar às mudanças do meio, porque os indivíduos
dentro das espécies não são idênticos. Portanto, alguns indivíduos possuem uma
constituição genética que lhes possibilitam sobreviver e reproduzir em
condições que para outros, da mesma espécie, são adversas ou inóspitas. Esses
indivíduos passarão seus genes para a geração seguinte, desde que a mesma
pressão de seleção continue ocorrendo.
Quando as
mudanças ambientais são grandes, ou quando a variação genética dentro da
população é pequena, pode existir poucos ou nenhum indivíduo cuja constituição
genética lhe permita sobreviver ao novo meio. Nesse instante, poucos indivíduos
irão sobreviver e a espécie irá desaparecer, ocorrendo a extinção.
Existe as extinções de menor escala e as
extinções em massa. As extinções de menor escala são divididas em Pseudoextinção
ou extinção filética e Extinções decorrentes de interações entre os organismos
vivos.
A Pseudoextinção ou extinção filética é as interações bióticas e abióticas dos
organismos com o meio que os cercam geram pressões seletivas que levam estes
organismos a adaptações, ocasionado mudanças morfológicas ao longo das
gerações. Assim os descendentes de uma população original se modifica ao ponto
de serem considerados uma nova espécie, enquanto uma espécie original passa a
ser considerada extinta.
As Extinções decorrentes de interações entre
os organismos vivos é o surgimento de uma espécie mais eficiente que passasse a
competir com outras por um mesmo nicho. Graham (1986) discute as extinções do
final do Pleistoceno, envolvendo entre outros, a fauna de mamíferos gigantes
então existentes que era atribuída à predação intensa dos humanos paleolíticos.
Para Graham no entanto, a extinção ocorreu em decorrência de mudanças
climáticas, como a destruição de habitas em decorrência do avanço frio.
E tem as extinções em massa, que são
divididas em: redução dos nutrientes, inflencias da correntes marinhas,
vulcanismo,paleogeografia, e causas extraterrestre.
Redução de nutrientes - Os principais
nutrientes consumidos pelos produtores primários são os minerais trazidos para
os oceanos, provenientes da erosão das rochas continentais. Com isso várias
hipóteses foram elaboradas nas quais a diminuição destes nutrientes levaria a
redução drástica na quantidade dos produtores primários, desencadeando uma
reação e cadeia de proporções catastróficas. Contribuiriam pra este cenário a
diminuição da atividade ortogênica (baixos relevos = menos erosão = menos
nutrientes), retenção de matéria orgânica dentro dos continentes e acumulação
destes nutrientes no fundo dos oceanos por falta de correntes de resurgência.
Influencia das correntes marinhas - Mudanças
nas circulação oceânica pode causar grandes mudanças climáticas. Se não
existisse a atual circulação oceânica, o norte da Europa seria totalmente árido
e geladoNo hemisfério sul o chamado El Niño, que ocorre quando há um excessivo
aquecimento das águas do Pacífico em alto-mar, não formando a corrente de
resurgencia na costa do Chile. Isso gera uma drástica redução da população
planctônica, e consequentemente em toda a cadeia alimentar.
Vulcanismo - O efeito de uma erupção
vulcânica depende do volume e da composição das larvas assim como o tipo de
erupção. Erupções explosivas colocam grande quantidade de poeira na
estratosfera, que permaneceriam por tempo para gerar efeitos nocivos, porém,
estas erupções são pontuais e dificilmente afeariam a Terra como um todo,
causando extinções locais. Por outro lado as erupções não-explosivas, que são
as que correspondem aos maiores volumes de magma, não conseguem jogar
partículas de poeira na estratosfera, mas poderiam injetar enormes quantidades
de sulfato na atmosfera, podendo causar chuvas ácidas, envenenamento do ar e da
água dos oceanos e corpos d’água doce.
Paleogeografia - A aproximação das placas
levaria a competição de biotas originalmente isoladas umas das outras e uma
queda na diversidade (Valentine, 1973). Além disso a formação de grandes
continentes interferiria na circulação atmosférica e levaria a um aumento na
sazonalidade ao longo das plataformas continentais, gerando uma instabilidade
na produção de nutrientes, a qual afetaria as cadeias tróficas, com efeitos em
larga escala.
Causas extraterrestres: Impactos - Estima-se que o choque propriamente dito
liberaria uma quantidade de energia equivalente a 5 bilhões de bombas atômicas.
A destruição seria total e instantânea num raio de milhares de quilometros ao
redor do ponto de impacto, sendo que em terra firme a área seria ainda mais
ampliada devido aos incêndio gerados logo a seguir. Em uma região de mar raso
haveria a produção de ondas imensas que revolveriam violentamente o fundo das
plataformas marinhas varreriam as costas dos continentes.
Extinção em massa:
A Terra já passou por cinco grandes
períodos de extinção de espécies. Os primeiros três, há centenas de milhões de
anos, mataram organismos primitivos que viviam no mar. O quarto matou répteis e
moluscos marinhos. O quinto e mais famoso, há 65 milhões de anos, causou a
extinção dos dinossauros. Uma corrente de pesquisadores acredita haver indícios
suficientes de que a ação humana já detonou a sexta extinção em massa.
Pelo menos cinco intervalos distintos de extinção em
massa são reconhecidos no Fanerozóico (Sepkoski, 1986). O maior é a extinção
Permo-Triássica quando cerca de 54% de todas as famílias marinhas e 83% de
todos os gêneros marinhos presentes nos estratos subjacentes desapareceram
(Erwin, 1990). O mais famoso é provavelmente o evento K-T (Cretáceo-Terciário)
devido a sua associação com o desaparecimentodos dinossauros e a possível
associação com um impacto de meteorito de alta energia (Alvarez et al., 1980).
Ao lado dessas cinco grandes extinções existem vários outros exemplos de
desaparecimento coordenados envolvendo pequenos grupos de taxa ou províncias
geograficamente restritas (Sepkoski, 1986).
A primeira grande extinção foi no Ordoviciano – Siluriano, ocorreu a 439 milhões de anos atrás,com duração
de 10 milhões de anos. O clima do ordoviciano mostrava temperaturas
médias e atmosfera muito úmida. No final, porém, formaram-se grandes geleiras,
o que causou provavelmente as extinções maciças que caracterizam essa fase.
Cerca de 60% de todos os gêneros e 25% dos invertebrados marinhos de todas as famílias foram
extintos. Nessa epoca
apareceram os
primeiros vertebrados e animais gigantescos, como artrópodes marinhos de 2
metros. O Siluriano foi marcado por derretimento das calotas polares e elevação
do nível dos mares.
Surgiram recifes de
corais e os primeiros peixes com mandíbula. Os artrópodes invadiram o ambiente
terrestre e, no final do período, apareceram animais e plantas em
áreas continentais. É o período de surgimento dos amonites. A causa da extinção nessa
epoca seria a flutuações severas do nível do mar ligadas a grandes glaciações,
seguidas de um aquecimento global de grandes proporções. Os principais grupos
afetados foram: cefalópodos, corais, briozoários,crinóides, graptólitos,
gastrópodos e bivalves. Após, houve a recolonização lenta dos ambientes
marinhos, a partir do Siluriano inferior(440 m. a.), por formar sobreviventes
generalistas e com baixa diversidade, não ocorrendo, dessa forma, uma inovação
biológica significativa ( ERWIN, 1998).
A segunda grande extinção foi Devoniano – Carbonífero, ocorreu a 364 milhões de anos atrás,
com duração de 5 milhões de anos. É o “Período dos Peixes”.
Nessa fase da
história da Terra, apareceram plantas de pequeno porte e os corais atingiram o
apogeu.Os graptólitos graptolóides extinguiram-se Devoniano
Inferior. Os insetos tiveram grande desenvolvimento e peixes começam a deixar a
água, com transformação de nadadeiras em quatro patas. Os graptólitos dendróides desapareceram da face da Terra.No
final do Carbonífero, os répteis adquiriram a capcidade de se reproduzir em
terra.A causa da extinção dessa epoca inclui impacto extraterrestre, flutuações
eustáticas e alastramento de água anóxicas, alterações climáticas e
resfriamento global. Não existem provas suficinetes para atribuir a essa
catástrofe uma única causa, sendo, portanto provavelmente devida a uma
combinação de diveros fatores (GASTON; SPICER, 2004). Ocorreu o desaparecimento
de 50% de todos os gêneros multicelulares, os principais atingidos
foram:esponjas formadoras de recifes, branquiópodes, peixes sem mandíbula.
A terceira foi Permiano – Triássico,
ocorreu 251 milhões de anos atrás, com duração de 60 milhões de anos, último período da Era
Paleozóica. Nele, os continentes uniram-se numa única massa, o
supercontinente Pangéia.A fauna terrestre do período Permiano foi dominada por
insetos semelhantes a baratas e animais que não eram
nem répteis nem mamíferos e pertenciam ao grupo dos Synapsida.
A flora era
caracterizada por árvores do gênero Glossopteris, cujos folhas são
frequentemente encontradas nas camadas de carvão do sul do Brasil. Este é o
fóssil mais antigo do período Permiano encontrado até hoje.O final do período é
marcado por uma extinção em massa de proporções nunca antes ocorridas, evento
conhecido como Extinção Permiana. Com ela, sumiram os
trilobitas, e os répteis tiveram grande desenvolvimento, dominando a era
seguinte, o Mesozóico.É considerada a maior extinção do Fanerozoico, tendo
provocado o desaparecimento de 95% das espécies marinhas e 70% das espécies
terrestres. Existem evidências de que esse episódio coincide com a hipóxia ou
anóxia oceânica, transgressão marinha e mudanças climáticas causadas por
vulcanismo. Embora possa afirmar que essa megaextinção tenha sido devida a uma
causa excluisiva, a hipótese dos baixos níveis de oxigênio oceânico é
sustentada por provas sedimentológicas, paleoecológicas, geoquímicas e por
biomarcadores( TWITCHETT,2006). A causa foi vulcanismo exacerbado produz vastas
quantidades de gás carbônico, que desencadeiam aumento da temperatura global e
falta de oxigênico no mar e em terra. Os principais atingidos foram apesar da
matança generalizada, alguns grupos de animais foram completamente erradicados,
como os trilobitas, primos marinhos dos crustaceos que tinham sobrevivido ás
duas extinções em massa anteriores. Os principais grupos afetados foram, no
ambiente marinho, foraminíferos, trilobitas, corais, blastóides, briozoários,
braquiópodos, amonóides, crinóides, eurypterídeos, ostracodes, equinodermos,
acantódios e peixes. No ambiente terrestres, os pelicossauros. A substituião
faunística ocorrida ao longo do Triássico inferior (251 m. a. – 245 m. a.)
aponta a proponderância de faunas generalistas, cosmopolitas e de comunidades
estruturalmente simples, com baixa diversidade ( ERWIN, 1998).
A
quarta grande extinção foi Triássico – Jurássico, ocorreu a 200 milhões de anos atrás, dua duração foi
incerta. Nesse período, os répteis dividiram-se
em muitos grupos e ocuparam diversos habitats. Surgiram os primeiros dinossauros e os primeiros mamíferos ovíparos. A causa da extinção é incerta, mas as principais hipótses
sejam o impacto de um objeto extraterrestre e o resfriamento global, seguidos
de mudanças atmosféricas, tais como partículas de poeira em abundância, fumaça,
vapor d’agua e dióxido sulfúrico (GASTON,SPICER, 2004) Os principais atingindos
foram os conodontes ( vertebrados muito primitivos, parecidos com enguias),
répteis aparentados aos dinossauros e aos ancestrais dos mamíferos, anfíbios de
grande porte.
A quinta grande extinção foi Cretáceo – Terciário,
ocorreu a 65 milhões de anos atrás, com uma duração de poucos anos. É a mais
famosa de todas as extinções em massa aniquilou pelo menos 50, 60 ou talvez até
75% das espécies, sendo os grupos extintos mais conhecidos, os dinossauros, os
pterossauros e os répteis marinhos. Além desses, elidiu também belemnóides,
muitas espécies de plantas, exceto samambaias e plantas com sementes, amonódes
e bivalve rudistas. Notavelmente, muitos
grupos de mamíferos, tartarugas,
aves, crocodilos, lagartos, serpentes, e anfíbios não foram prejudicados (
ERWIN, 1998). O impacto de grandes corpos extraterrestres com a Terra é
compreendido como o maior responsável pela extinção global ocorrida no limite
K-T, embora não haja uma associação direta com o evento extincional
propriamente dito.Segundo Twitchett ( 2006), Alvarez e colaboradores
propuseram, em 1980, duas hipóteses relacionadas, mas não necessariamente
dependentes: que o impacto de um bólido ocorreu no limite K-T e que esse bólido
causou a extinção em massa. A primeira hipótese tem sido corroborada por
inúmeros estudos subsequentes, mais notavelmente a identificação de vestígios
de uma cratera com 180 a 300 km de diâmetro, localizada em Chicxulub, Mexico, e
uma riqueza de evidências geológicas associadas( quartzos de choque, tectitos,
depósitos de tsunami, etc). Todavia, para concluir que o choque tenha sido o
causador da extinção, dois conjuntos de dados devem ser considerados: a
inequívoca evidência de extinção geologicamente instantânea, bem como a clara
coincidência do impacto do meteoro com o horizonte extincional.
A causa foi um impacto de um asteroide no atual golfo
do mexico, cerca de 50% dos generos multicelulares desapareceram e os
principais atingidos foram: dinossauros não avianos( ou seha, os que não são
ancestrais das aves modernas), pterosauros ( repteis voadores), répteis
marinhos, grupos primitivos de mamíferos.
Uma nova extinção em
massa?
Para muitos cientistas, está acontecendo atualmente
mais uma extinção em massa: muitas espécies estão desaparecendo em um ritmo 100
mil vezes mais rápido do que a extinção natural (a extinção que acontece fora
dos períodos de extinção em massa). Algumas estimativas chegam a indicar que um
quinto das espécies atuais pode desaparecer em 30 anos.
A extinção atual vem sendo provocada pelo ser
humano pela destruição dos ambientes naturais (florestas, campos, etc.) onde
vivem as espécies, para a construção de cidades e fábricas, atividades
agropecuárias, extração da madeira e minerais e pelo aquecimento global do
planeta, provocado pela queima de combustíveis fósseis (carvão e petróleo) por
fábricas e veículos e pelas queimadas das florestas.
Os principais atingidos seria atualmete, 23%dos
mamíferos, 12% dos pássaros e 29% das espécies de anfíbios estão ameaçados de
extinção. Uma corrente de pesquisadores acredita haver indícios suficientes de
que a ação humana deu início à sexta extinção em massa.
Estudo de caso
Artigo:
Catastrophic dispersion of coal fly ash into oceans during the latest Permian
extinction
Trata da Extinção do permiano em que 90% das
espécies marinhas foram extintas. Isso pode ter sido causado por dispersão de
cinzas, criando condições marinhas tóxicas. Essas cinzas são provenientes da
erupção do basalto que gerou plumas de
cinzas que alcançam a estratosfera. As cinzas limitam a penetração de luz, enquanto que os nutrientes e metais tóxicos associados
com cinzas volantes (As) são liberados nas águas. Carbono
terrestre no sedimento marinho datados do Permiano foi coletado para serem
feitas as observações de coluna do sedimento.Observação da refletância das
amostras de amostras de rocha do lago Buchanan, os pesquisadores afirmam que o
material coletado veio da erupção vulcânica siberiana, através de escoamento e
também da ação carreadora do vento. Eles separaram o sedimento e analisaram a
razão C/O, composição em relação à presença de metais Al, As, Mo. Observaram
que, ocorreu diminuição gradual de emissão de carbono 13 após a erupção
explosiva. Ou seja, a pluma de cinzas foi diminuindo gradualmente após a
erupção.
Artigo: Pattern
of Marine Mass Extinction Near the Permian-Triassic Boundary in South China
Também trata da extinção do Permiano, nele foram feitos
estudos de fósseis da extinção do Permiano-Triássico. Foram analisados vários
grupos: Foraminíferos, bivalves, braquiópodes, algas,ostrácodes, gastrópodes,
radiolários, corais, briozoários, trilobitas, conodontes.
Os fósseis indicam que a extinção ocorreu por volta
de 251,4 a 250,6 Ma, foi feita uma
análise geral de data e também dos grupos separadamente, e também, uma analogia
entre as oscilações de concentração do isótopo de carbono com a extinção do
período.
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Universidade Federal de Ouro Preto
BEV 170 – Evolução
Sérvio Pontes Ribeiro
Alunos: Ana Clara Magalhães, Ane
Catarine Costa, Carlos Rafael Barreto e Ceres Olívia Leão.
Evolução e Filogenia
A
Evolução é dependente do ambiente no qual a população vive e das variantes
genéticas que surgem naquela população e esta vem ocorrendo em um padrão de
árvore, ramificado (filogenia).
A
seleção natural é um processo da Evolução e determina que alguns indivíduos da
população tendem a contribuir com uma descendência maior para a próxima geração
do que os outros assim qualquer atributo de um organismo que o leve a deixar
mais descendentes do que a média terá frequência maior na população com o
passar do tempo.
Antes
da disseminação dessas teorias a crença ortodoxa era na fixidez das
espécies(permaneciam estáveis, nasciam o morriam sem nenhuma modificação). Maupertuis,
Diderot, Erasmus Darwin discutiram evolução, mas não elaboraram idéia que
pudesse ser reconhecida hoje como teoria satisfatória para explicar como as
espécies mudam.
Lamark
foi o primeiro a descrever um teoria sistemática sobre a evolução. Historiados
definem suas idéias como “transformismo”, contradizendo a teoria de fixidez das
espécies que dominava na época.
Lamark
também explicou também sobre a herança de caracteres adquiridos(Herança
lamarckiana)onde caráter é qualquer propriedade distinguível de um organismo(o
termo não se refere a personalidade).
Lamarck
imaginou uma origem parafilética para a vida, com inevitável progresso ascendente.
Ele foi o primeiro a perceber que há não é uma
escada simples de vida, mas várias divergentes ou paralelas. A evolução
progressiva não é inexorável.
Logo
após a publicação do livro “ Sobre a Origem das Espécies” de Darwin, os estudiosos
aceitaram a evolução quase imediatamente. Sua Teoria além de explicar porque as
espécies mudam , também esclareceu por que elas são bem-adaptadas à vida. Carl Gegenbauer logo reorientou seu trabalho
na busca de relações evolutivas entre grupos animais, assim como o famoso
biólogo alemão Ernst Haeckel que aplicou pela primeira vez a sua “lei da
biogenética” para revelar genealogias filogenéticas.
A
Teoria da recapitulação ou Lei da biogenética as fases de recapitulação de
desenvolvimento de um organismo correspondem à história filogenética de sua
espécie: “a ontogenia recapitula a filogenia”, cada etapa do desenvolvimento
corresponde a uma etapa ancestral da história evolutiva da espécie.
Origem
da Vida
Estudiosos
que usam apenas RNA e sequências de proteínas para interpretar a história de um
organismo podem negligenciar a importância de transições evolutivas na
estrutura celular para desvendar a filogenia. Ao ignorar a estrutura celular e
a paleontologia pode-se ter levado a uma má interpretação da história da vida.
Mapeamentos
celulares da diversidade conhecida e razoavelmente bem estabelecida no registro
fóssil nos permite dividir a história da vida em quatro fases sucessivas:
1- Uma fase anaeróbia
com bactérias fotossintetizantes não sulfurosas como principais produtores
primários para os ecossistemas. Os
grandes consumidores com descendentes sobreviventes foram Chlorobacterias
heterotróficas. A vida aeróbia só evoluiu com a origem de fotossíntese
aeróbica.
2- Idade das
Cianobactérias, em que estas foram as maiores produtoras primárias dos
ecossistemas. No entanto muitos hábitats anaeróbios permaneceram, especialmente
nas profundezas do oceano. No período
após este, foram registrados fósseis de Cianobactérias mais complexas,
incluindo formas filamentosas. Uma grande inovação deste período foi a origem
de eubactérias flageladas permitindo deslocamento. Concomitantemente houve
maciça diversificação metabólica.
3- A idade em
que lentamente aumentou a complexidade metabólica e colonização de superfícies
continentais por Cianobactérias. No passado a maior parte dos microfósseis, do
meio do Proterozóico, era atribuída a algas eucarióticas, mas recentemente vem
sendo atribuída a fungos ou a uma mistura complexa de Cianobactérias e outras
bactérias.
4- Idade dos
eucariotos e de microrganismos óbvios. Protozoários tornaram-se grandes
predadores de bactérias na água e na terra molhada, assim como cnidários e
esponjas. Acontece a origem extremamente
complexa da célula eucariótica, depois que três quartos da historia da vida já
haviam sido extintos. Esta origem
permitiu a flexibilidade da superfície da célula possibilitando a fagocitose de
outras células.
A
explosão cambriana de filos animais foi precedida por uma explosão de filos de
protozoários e de algas. Tardiamente foi possível o surgimento de filos de
plantas terrestres.
Uma vez que a vida começou, a
radiação em todas as direções permitiu o aumento da complexidade em algumas
linhagens independetemente da simplificação secundária em outras. Ambas são
limitadas pela genética e ecologia, fundamentalmente por interações físicas e
co-evolução.
Dentre os fatores que indicam um mesmo
ancestral comum entre todos os seres estão o fato de todos os seres terem uma
alta porcentagem de água – 70% em humanos, 95% em alface e 75% em bactérias em
geral; o que também favorece a hipótese da origem da vida em meio aquoso. A composição
atômica simples, baseada principalmente em C, H, O e N, é outro fator que reúne
os seres vivos.
Existem estudiosos que defendem a
origem da vida em alta temperatura, porém este é um assunto controverso, pois,
existem técnicas que permitem avaliar a temperatura de formação de bases
nitrogenadas, o que sugere que a temperatura era moderada, visto que em alta
temperatura o RNA se desagrega. Seres Hipertermófilos teriam se adaptado às
altas temperaturas e não se formado nelas.
O DNA ser um código universal presente
em todas as espécies reforça a idéia do ancestral comum citada anteriormente.
Uma forma de demonstrar o
relacionamento filogenético entre espécies é o estudo de rRNA 16s, que está
presente nas espécies mas não se aplica aos fósseis, uma vez que estes perderam
seu conteúdo celular. Organismos proximamente relacionados compartilham rRNA
semelhantes.
Ao se comparar o rRNA 16s de
diferentes espécies consegue-se inferir
a respeito do número de mudanças/mutações ocorridas em um dos taxa. O
comprimento do ramo é uma medida indireta do número de mudanças ocorridas.
A árvore filogenética universal divide
os organismos em três grandes grupos, sendo estes Bacteria, Archaea e Eucarya.
O estudo dos fósseis concorda com o resultado da árvore, porém, salienta que
existe imprecisão nos tempos de divisão dos ramos. Uma limitação desta árvore é
a abrangência, que só engloba grupos viventes.
A linearidade desta árvore é
questionada, por exemplo, pela teoria da endossimbiose. Esta diz que
cloroplastos e mitocôndrias originaram-se de bactérias que invadiram células há
muito tempo. Outro questionamento é feito pela associação horizontal, que diz
que a árvore pode ter sido formada por muitos ramos separados que se uniram e
depois se subdividiram.
O Último Ancestral Comum provavelmente
possuía características comuns aos seres vivos, tais como: reprodução por meio
de genes (DNA), fábricas de proteínas (ribossomo e RNA), mecanismos para
reparar erros no código, obter e armazenar energia. Ele deve ter sido mais
parecido com os organismos mais primitivos (ramos mais baixos da árvore
universal) do que com os mais modernos (pontas dos ramos). Os organismos dos
ramos mais baixos são tolerantes ao calor, os termófilos e hipertermófilos
(DAMINELI & DAMINELI 2007).
Estudo de Caso – Early
steps of angiosperm-pollinator coevolution
O objetivo deste trabalho foi testar a
hipótese de que plantas com flores antigas eram polinizadas por insetos
polinizadores, através do estudo da biologia da polinização de angiospermas
basais e dos tipos de polinização de fósseis de angiospermas.
Os primeiros passos em coevolução
entre angiospermas e polinizadores são mais bem entendidos pelo estudo de
fósseis de flores do Cretáceo e pólen in
situ.
Entender a biologia da polinização de
fósseis de plantas se baseia nas interpretações morfológicas usando traços de
flores fósseis e pólen comparando os com flores e pólen similares de plantas
viventes. Flores zoófilas apresentam pólen liso geralmente com superfície
ornamentada, com tamanho variado e produzido em quantidades variáveis.
Evidências sobre biologia da
polinização de angiospermas antigas são o registro de fóssil de insetos e os
modos de polinização de angiospermas antigas ainda existentes. Ambas suportam a
hipótese de ancestral zoófilo, com fósseis de insetos polinizadores do Cretáceo
Antigo bem preservados e polinização por inseto encontrada na maioria das
Angiospermas basais.
Os tipos de polinização em
angiospermas basais existentes (dicotiledôneas sem eudicotiledôneas),
monocotiledôneas basais (Acorales e Alismatales), e eudicotiledoneas basais
(Ranunculales, Sabiales, Proteales, Trochodentrales, Buxales e Gunnerales)
foram distribuídos filogeneticamente.
Examinaram-se grãos de pólen de
angiospermas dispersados e grupos de pólen comuns no Cretáceo Médio.
Pólens viscosos são encontrados em
flores zoófilas em angiospermas presentes e estudo provê evidência da
viscosidade de pólen fóssil. Sugere-se que esta viscosidade de pólen foi um
passo importante na coevolução de angiosperma e polinizadores.
Combinou-se dados de viscosidade de
pólen com dados de ornamentação de pólen, tamanho e abertura de grãos isolados
dispersados para prover frequências destes caracteres relacionados ao vento,
zoofilia e modos especializados de polinização.
Embora os modos de polinização das
angiospermas basais existentes tenham sido elencados, esta ocorrência não foi
comparada com aquelas encontradas em eudicotiledôneas e monocotiledôneas
basais.
Três grupos foram examinados:
angiospermas basais, monotocotiledoneas basais e eudicotiledoneas basais. Os
polinizadores foram classificados segundo modos de polinização baseados em
Thien et al. Coleoptera, Diptera, Hymenoptera, Micropterigidae (família
basal de Lepidoptera), Thysanoptera. Estes modos de polinização foram mapeados
em uma árvore molecular bem resolvida.
Utilizou-se o método da reconstrução
com maior parsimônia (MPR). A polinização por insetos em geral é inicialmente
presente em todas as famílias antigas de angiospermas basais e monocotiledôneas
basais.
Juntas, a polinização das angiospermas
basais existentes e a dispersão do pólen suportam a hipótese de que polinização
por animais foi comum durante o Cretáceo Médio e as especializações começaram a
ocorrer.
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