Este é um Blog educacional, dedicado a discussões acadêmicas sobre a Ecologia Evolutiva. Contém chamadas específicas relacionadas às disciplinas de Ecologia da Universidade Federal de Ouro Preto, e textos didáticos gerais.
Segunda-feira, 4 de Julho de 2011
Seminários 2011 li. Evolução da homosexualidade

 

 

 

Evolução do homossexualismo

 

Nomes:  Jaime Márcio de Carvalho Júnior                   

                Renata

Abordando as diferentes hipóteses sobre essa temática, o seminário contará com um eixo de orientação e desenvolvimento apresentado pela figura 1. Dessa maneira, a discussão iniciará sobre o quanto o comportamento homossexual é difundido na população humana, em diferentes culturas e, sobretudo em várias partes do globo.

 

 

Fig.1: Esquematização das principais hipóteses acerca do desenvolvimento do comportamento homossexual na espécie Homo sapiens.

 

Um dos exemplos bem conhecido acerca da dispersão desse comportamento encontra-se nas sociedades da Malásia, nelas de 10% - 20% requerem que todos os homens façam sexo homossexual, bem como, heterossexual (revisado por Herdt 1984a). Nas sociedades de ilhas do Pacífico, como o Taiti e o Havaí, o comportamento homossexual era comum antes da influência ocidental (Gunson 1964, Morris 1990). Na África, especificamente na Líbia, a frequência na população total chega a 95% (?) e na Sambia (Melanésia) a freqüência gira em torno de 100%, embora no caso da Líbia os dados não são confirmados é possível perceber que essa característica é amplamente distribuída em nossa espécie.

De acordo com Alfred C. Kinsey, em seu texto “Sexual Behavior in the Human Male”, uma considerável porção da população masculina possuí pelo menos alguma experiência homossexual entre a adolescência e a fase idosa, assim cerca de 60% dos garotos pré-adolescentes engajam-se em atividades homossexuais. Acerca do grupo de homens adultos que evitam contato homossexual, afirma Kinsey que esses são conscientes sobre a sua potencialidade de reagir a outros homens. É importante ressaltar, que esses dados refletem uma realidade negligenciada por parte da sociedade Ocidental e se apresentam na mesma incidência, seja em cidades grandes ou pequenas, áreas rurais ou não, se vêem de sujeitos escolarizados pelo sistema padrão ou pela educação católica, bem como instituições públicas ou privadas, de uma parte do país ou outra.

 

Kin Selection and Parental Manipulation

Partindo da consideração que humanos, durante seu curso de vida, geram poucos filhos e que investem pesadamente nessa prole, o sucesso reprodutivo e a sobrevivência da linhagem dependem mais da qualidade do que da quantidade de crianças geradas. Se homossexuais aumentam o sucesso reprodutivo de seus parentes, então o material genético transmitido para a geração posterior via “kin selection” e que é comum ao sujeito homossexual, pode ser compensado pela falta da prole existente nos homossexuais. Essa evidência pode vir do suporte direto à prole/linhagem ou indireto por não gerar competidores na linhagem herdeira.

Wilson (1975) sugere que se homossexuais em uma sociedade não-tecnológica funcionam como auxiliares e que a seleção por parentesco pode manter esses genes para a homossexualidade. Entretanto, Alexander (1974) afirma que indivíduos não reprodutivos podem sim aumentar o sucesso de seus parentes, mas que esse ganho no “fitness” não é suficiente para compensar a perda causada por indivíduos não reprodutivos. Se assim o é, os pais podem manipular seletivamente a prole para abandonar a reprodução sexual, se tornarem homossexuais, e auxiliarem na criação da prole de seus parentes.

 

Ambas as hipóteses podem se confundir por partirem de pressupostos comuns. Dickemann sugere uma terceira hipótese agrupando elementos de ambas. Denominada de hipótese de “fitness inclusivo”, é sugerido que não se faz necessário ser homossexual para auxiliar os parentes e assim sendo, a questão toma um caráter de “hipótese sobre o celibato e a não-reprodução”. As previsões em comum de todas as hipóteses são: o comportamento homossexual reduz o sucesso reprodutivo individual; as linhagens com homossexuais possuem um sucesso reprodutivo maior do que aquelas sem homossexuais e que o comportamento homossexual é tipicamente presente em indivíduos com baixo potencial reprodutivo, cada uma analisada separadamente a seguir.

 

A)             Sucesso reprodutivo individual reduzido – por definição, os homossexuais não geram prole, mas a maioria dos sujeitos que se engajam em atividades homossexuais são bissexuais. Não há ainda, nenhuma evidência de que o número de sobreviventes da prole ou até mesmo a fecundidade são limitadas pelo comportamento homossexual como visto na maioria dos indivíduos que praticam atos homossexuais. A maioria dos indivíduos que engajam em comportamento homossexual possui filhos. Em uma amostra de 3.180 mulheres britânicas contemporâneas, as bissexuais possuem fecundidade significantemente maior aos 25 anos e não há diferença significativa na fecundidade do tempo de vida quando comparadas às heterossexuais (Baker and Bellis 1995). Entre, aproximadamente, 265 homens homossexuais ou bissexuais acima dos 30 anos no Japão contemporâneo, 83% possuem filhos (Isomura and Mizogami 1992). Os dados em si são controversos, Davis (1929) em uma amostra de 1000 mulheres americanas casadas que possuem “relações emocionais intensas” com outras mulheres tendem a ter menos filhos do que as mulheres sem esse comportamento. Em uma amostra aleatória de mulheres americanas contemporâneas, a média de crianças nascidas de mulheres com experiências homossexuais é de 1,2 versus a média de 2,2 de mulheres sem experiências homossexuais (Essock-Vitale and McGuire 1988).

 

 B)             Aumento do sucesso reprodutivo das linhagens – Se o homossexualismo ocorre devido aos benefícios gerados pelos próprios homossexuais então haverá uma grande sobrevivência da prole em linhagens com homossexuais. Embora não há dados concretos sustentando tal informação, esse mecanismo presumivelmente seria melhor em auxiliar a prole em linhagens contendo homossexuais do que em linhagens heterossexuais ou celibatos. Os dados são escassos, e a generalização que pode ser considerada é que indivíduos que se engajam em atividades homossexuais às vezes auxiliam suas famílias. Na China, alguns pais encorajam as filhas a se tornarem “sisterhood” no sentido de aumentar o ganho da linhagem. Outras formas de suporte ainda podem ser colocadas: de acordo com Fujian (1989), em casamentos homossexuais, existe o dote, uma forma de pagamento do sentido de auxiliar os recém-casados, e ainda mais, na Líbia, os maiores dotes são pagos pelos homens (Maugham in Murray 1997). Na América do Norte, transgêneros podem prover suporte à linhagem através de seu papel como mediadores de disputas, além de oferecerem tecnologias restritas como a cerâmica, e isso prover um ganho material maior (Hill 1935).

 

 C)             Típica aparência em indivíduos com baixo potencial reprodutivo – Se indivíduos renunciam à sua reprodução para auxiliar seus parentes (altruisticamente por “kin selection”, e sob coação da manipulação parental), portanto serão esses com a menor probabilidade de produzir uma prole diretamente. Fatores associados com o potencial reprodutivo incluem a ordem de nascimento, sexo biológico, e as taxas sexuais demográficas. Dados podem sustentar algumas predições: a ordem de nascimento claramente pode estar associada com fatores imunológicos definidos pela mãe no período gestacionário. Homens que se identificam como homossexuais nos E.U.A. e Canadá tendem a ter mais irmãos mais velhos do que àqueles que se identificam como heterossexuais (Blanchard e Bogaert) e tal fato pode suportar a relação entre a homossexualidade com o baixo potencial reprodutivo. O papel de gênero “reverso” de alguns indivíduos que se engajam em atividades homossexuais é comum em algumas sociedades. Portanto, levando em consideração a ordem de nascimento, filhos nascidos primeiro são, às vezes, criados como filhas, além disso, as primeiras filhas nascidas, aparentemente, são criadas como filhos em Kaska, América do Norte (Waits in Greenber 1988). Tais evidências suportam a idéia de que a baixa ordem de nascimento pode estar relacionada com o comportamento homossexual. Sobre o sexo biológico é possível afirmar que homens possuem uma variância maior do que mulheres no sucesso reprodutivo (Trivers 1972), e se a homossexualidade resulta de um baixo potencial reprodutivo haverá, portanto, mais homens homossexuais do que mulheres. Existe o dobro de homens que se identificam como homossexuais em relação às mulheres, pelo menos no Reino Unido, E.U.A. e França (Sell, Wells and Wypij 1995). Estudos “cross-culturas” mostram que o comportamento homossexual masculino é mais freqüente do que o feminino, tal fato pode ser resultado do grande controle cultural existente acerca da sexualidade feminina. Nas ilhas britânicas contemporâneas, homens e mulheres reportam níveis similares de atração homossexual, porém as mulheres reportam apenas a metade do nível de comportamento homossexual. Partindo de um ponto de vista demográfico, muitos estudos sugerem que homens com baixo poder, se engajam em comportamentos homossexuais primeiramente porque os homens mais poderosos possuem mais esposas e, portanto reduzem a disponibilidade de sexo com parceiros de outro sexo (Strauss 1943, Wilson 1959). O pressuposto implícito é de que o homossexualismo somente ocorre quando as oportunidades heterossexuais são ausentes, porém não há dados suportando tal afirmação, assim, machos poligâmicos da Melanésia possuem muitos amantes, e muitas das vezes preferem sexualmente seus parceiros homens a suas esposas (Deacon 1934). Além de que o comportamento homossexual é muito mais atrativo do que o heterossexual em várias sociedades como no Paquistão, mineiros migrantes de várias sociedades na África do Sul e os clássicos atenienses.

 

 As hipóteses da “kin selection” e manipulação parental diferem nos mecanismos que prevêem. Na primeira, os indivíduos se tornam homossexuais por vontade própria, e na segunda a homossexualidade é induzida quando os pais canalizam recursos ou socializam a prole em uma maneira que os torna menos competitiva no que diz de seu papel reprodutor. Existe um engraçado suporte de dados para a manipulação parental, certamente, os pais julgam o valor reprodutivo dos filhos e algumas vezes encorajam o comportamento homossexual. Rocke (1996) da um exemplo de manipulação parental ocorrida em Florença do século 15, onde os pais encorajam relações homossexuais entre seus filhos e líderes influentes da linhagem, aparentemente com o objetivo de aumentar seu poder político. Esse fato é similar ao que ocorria em Atenas Clássica e Melanésia, onde os pais selecionavam “patronos” homens para seus filhos. Os pais também manipulam seletivamente a prole para adquirirem papéis não reprodutivos, como castrar os filhos e classificá-los como eunucos na corte Bizantina. Na cultura Auracaniana, América sulina, os “xamãs transgêneros” eram geralmente escolhidos para essa função quando crianças, e a preferência por eles eram direcionadas àqueles que quando crianças já mostravam disposição efeminada.

 

Outra consideração a ser feita é a importância do comportamento homossexual para a sobrevivência individual. Se o comportamento homossexual possuí benefícios de “fitness” devido às alianças do mesmo sexo, essas alianças devem auxiliar indivíduos a estabelecerem e manterem uma família, consequentemente, ajudando à prole atingir a idade reprodutiva.

 

Balanço de Polimorfismo

 

Na tentativa de agregar um caráter genético bem definido para a discussão, mesmo por que já sabemos que o comportamento homossexual está sob seleção positiva na sociedade humana, a terceira abordagem descrita por Hutchinson (1959) implica em uma segunda característica por trás do comportamento homossexual que estaria sob seleção positiva e não o homossexualismo em si. Apesar do autor não dizer qual seria essa segunda característica, ela correlaciona o comportamento homossexual com a baixa fertilidade e afirma que existe um controle genético suficiente que afeta a distribuição de genótipos na população humana. Como esses estudos são baseados em dados que muitas das vezes não apresenta uma significância estatística, opta-se nesse seminário por trabalhar com outro estudo publicado pela revista Science em 2010 com autoria de Dean H. Hamer, em que utiliza análises genealógicas, o autor relaciona marcadores polimórficos de DNA no cromossoma X com a orientação sexual em homens. Nesse estudo, os indivíduos são separados de acordo com as diferentes análises propostas, assim, uma amostra inicial de 76 indivíduos para uma análise genealógica, sendo 38 pares de irmãos homossexuais, juntamente com seus pais e outros parentes quando disponíveis, além desse grupo, duas famílias adicionais foram determinadas aleatoriamente para as análises de DNA. Os indivíduos preenchem então, um questionário que avalia critérios de identificação sexual tais como identificação de gênero infantil, desenvolvimento sexual na adolescência, comportamento sexual adulto, escala de Kinsey, uso de álcool de outras substâncias, histórico mental, perfil genético, status de infecção por HIV e demografia. Dos homossexuais avaliados, mais de 90% se identificaram na escala de Kinsey com valores 5 e 6, enquanto que mais de 90% de seus parentes não homossexuais se identificaram na escala com valores de 0 e 1. Devido às algumas sobreposições nas análises de questionário, principalmente quando se avalia o comportamento sexual, a orientação sexual é preferencialmente tratada como um caráter dimórfico e não uma variável contínua.

Dada a análise genealógica, foram coletados históricos familiares de 114 homens homossexuais que classificaram seus pais, filhos, irmãos, tios e primos do sexo masculino quanto à escala de Kinsey como sendo homossexual ou não. A confiabilidade dos dados sobre a sexualidade dos diferentes membros familiares foi confirmada por um questionário aplicado a essas mesmas pessoas, resultando em um índice de 99 sujeitos parentes. Dessa maneira, houve concordância dos dois questionários aplicados para todos os 69 indivíduos que se consideram homossexuais, e 27 dos 30 que se consideram não-homossexuais.

Com base em estudos de separação, a estimação da prevalência de homens homossexuais na população foi de 2%. E pela análise genealógica, a alta taxa de orientação homossexual foi vista em irmãos, que possuem 13.5% de chance de serem gays, representando um aumento significativo de 6 a 7 vezes maior do que o estimado de 2% realizado para a população total (P<0.001). Dentro dos parentes mais distantes, apenas dois grupos obtiveram taxas significativamente maiores para a orientação homossexual do que a estimativa da incidência para a população total, que são tios maternais e filhos de tias maternais. Ambas as taxas de maternidade relacionada somam uma porcentagem de aproximadamente 7,5%, que é significativamente maior do que a incidência geral da população (P<0.01). Por outro lado, os pais e quaisquer parentes relacionados paternalmente possuíram uma taxa menor ou não significativamente diferente do que o estimado para a população total.

Embora as taxas de orientação homossexual observadas em tios da linhagem maternal e primos de indivíduos gays foram maiores do que nas mulheres e parentes relacionados paternalmente, elas ainda permaneceram menores para o que se esperaria de uma simples característica com distribuição Mendeliana. Além disso, houve um número substancial de famílias em que lésbicas ou gays relacionados paternalmente foram presentes, assim, podemos inferir que algumas instâncias do homossexualismo é “macho-limitada” e herdada maternalmente, enquanto que, outras são tanto esporádicas, não limitadas pelo sexo e não transmitidas maternalmente. A fim de testar as afirmações, foram escolhidas 38 famílias em que há dois irmãos homossexuais e não mais que uma parente lésbica, bem como uma não indicação de transmissão de homossexualidade de pai para filho (ou seja, nem pai nem filho são gays). Portanto, nós hipotetizamos que uma seleta população de famílias pode ser favorecida com fatores genéticos transmitidos maternalmente e, portanto mostram taxas maiores de homossexualidade em tios da linhagem materna e primos homens.

Os resultados resumidamente demonstram uma taxa elevada de orientação homossexual não apenas em irmãos de homens gays, mas como também em tios maternais e filhos de tias maternais, assim, pelo fato de que tios e primos dividem informações herdáveis com seus parentes homossexuais e que, entretanto, foram criados em condições diferentes, essa observação sugere mais uma interpretação genética do que uma influência ambiental.

Em relação à possível ligação com o cromossoma X, iniciamos a discussão afirmando que cada homem recebe exclusivamente seu cromossoma X da mãe, portanto, qualquer característica genética que esteja relacionada nesse cromossomo será herdada preferencialmente pelo lado materno da família. Uma análise de ligação de DNA pode fornecer dados possibilitando-nos diferenciar a herança ligada ao X de hipóteses competidoras tais como: efeitos maternais ou taxas reprodutivas menores de homens. Assim, se o cromossoma X possui algum gene que aumenta a probabilidade de um indivíduo se tornar homossexual, então homens homossexuais relacionados geneticamente devem dividir alguns marcadores no cromossoma X perto ao suposto gene, caso não exista esse gene, nenhuma correlação significante estatisticamente entre o cromossoma X e a orientação sexual será observada. A análise foi realizada em uma seleta população de famílias em que há dois irmãos homossexuais, devido a algumas vantagens: consiste em uma amostra não paramétrica e sem influências de genes ou mesmo suas freqüências, são capazes de detectar um único lócus mesmo se genes adicionais ou influências ambientais são requeridos para expressar as características, exclusão de falso-negativos (indivíduos que seriam homossexuais, mas preferiram não se identificarem, exclusão de falso-positivos (indivíduos que seriam heterossexuais, mas se identificaram como homossexuais). As amostras consistiram de 40 pares de irmãos homossexuais (38 relacionados genealogicamente e 2 amostrados aleatoriamente) juntamente com seus irmãos e mães. As amostras de DNA foram preparadas de cada indivíduo e analisadas para uma série de marcadores ao longo com cromossoma X. Cada par de irmãos foi classificada tanto como concordantes por descendência (D), se é sabido que a mãe é heterozigota e que ambos os filhos herdaram os mesmos alelos, e concordante por estado (S) se a mãe é inválida ou ambos os filhos dividem os mesmos alelos e não informativo (n) se a mãe for homozigótica para os marcadores. Posteriormente usa-se um teste de razão, em que é calculado a probabilidade (z1) dos irmãos dividirem os marcadores por descendência e a significância estatística dos desvios dos valores de z1=1/2 esperados para a hipótese nula de não ligação. Os marcadores usados na análise de ligação são seqüências repetitivas variáveis, fragmento de restrição de comprimento de polimorfismo, todos detectados por PCR.

Os dados resumidamente sugerem que o lócus (ou loci), na região Xq28, pode estar relacionado com a orientação sexual e que possuí aproximadamente 4 milhões de pares de bases de DNA no longo braço do cromossoma X, embora essa região represente apenas 0.2% do genoma humano, é suficientemente grande para conter centenas de genes.

 

H-Y Antigen and Homosexuality in Men

 Artigo científico, publicado em 1996 com a autoria de Ray Blanchard da Universidade de Toronto, Canadá, inicia a discussão evidenciando a correlação entre a orientação sexual em homens com a ordem de nascimento. Assim, para cada irmão mais velho adicional a probabilidade de homossexualidade do próximo nascimento masculino aumenta em torno de 33%, porém tal evidência não foi encontrada para a ordem de irmãs mais velhas nascidas.

A hipótese defendida pelo autor sugere uma correlação imunológica em que envolve uma progressão imunológica, provida pelo feto masculino, da mãe à medida que possuí mais filhos do sexo masculino. O autor sugere um antígeno fetal relacionado ao sexo masculino, portanto ao cromossoma Y, que conjuntamente é denominado antígeno H-Y. Dos três sistemas apresentados, a terceira forma do antígeno (H-Y solúvel) foi identificada como sendo idêntico ao hormônio anti-Mulleriano, fator testicular responsável pela regressão pré-natal dos ductos Mullerianos em embriões masculinos. Esses antígenos, certamente, apresentam papéis importantes na diferenciação sexual de vertebrados (Wachtel 1983), pois é usualmente presente em heterogametas (XY) e ausente em homogametas (XX) com continuidade na população durante o curso evolucionário (Wachtel et al 1975). O possível envolvimento do antígeno H-Y no desenvolvimento de traços sexuais típicos sugere que a exposição fetal de anticorpos H-Y pode afetar com subseqüente comportamento sexual em homens.

Portanto, o antígeno H-Y expresso em fetos masculinos e não em femininos sugere que a mãe possa obter uma memória imunológica acerca de quantos homens essa mesma mãe já engravidou, causando, assim respostas imunológicas distintas aos próximos fetos masculinos. Assim, esse fato poderia explicar o porquê da maior probabilidade quando em conta a ordem de nascimento de fetos masculinos e não femininos.

Referências Bibliográficas

 

HAMER D.H., HU S., MAGNUSON V.L., HU N. & PATTATUCCI A.M. (1993) A linkage between DNA markers on the X chromosome and male sexual orientation.  Science 261, 321-327.

KINSEY A.C., POMEROY W.R. & MARTIN C.E. (2003) Sexual behavior in the human male. 1948.  Am.J.Public Health 93, 894-898.

KIRKPATRICK R.C., PLATO & LEVI-STRAUSS C. (2000) The Evolution of Human Homosexual Behavior.  Curr.Anthropol. 41, 385-413.

 

(Hamer e cols., 1993; Kinsey e cols., 2003; Kirkpatrick e cols., 2000)

 

BLANCHARD R., KLASSEN P. (1997) H-Y Antigen and Homosexuality in Men. J. theor. Biol.185, 373-378



publicado por Sérvio Pontes Ribeiro às 13:05
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